A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) afirmou nesta semana que o INSS foi formalmente alertado sobre indícios de fraudes em aposentadorias meses antes da operação da Polícia Federal que revelou o esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios previdenciários. Segundo a parlamentar, a presidência do instituto “sabia e foi omissa”, permitindo que o golpe avançasse por inação.
Em fevereiro deste ano, Zanatta protocolou o Requerimento de Informação nº 49/2025, cobrando esclarecimentos do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, sobre uma série de denúncias feitas por beneficiários que relataram descontos não autorizados em suas aposentadorias e pensões. A resposta oficial, enviada somente na semana passada, descartou qualquer irregularidade.
“Não foi possível identificar indício de dolo, fraude ou erro administrativo”, declarou Stefanutto no documento.
No entanto, a deflagração da operação “Sem Desconto” pela Polícia Federal revelou exatamente o oposto: uma estrutura fraudulenta dentro do próprio INSS, com uso de um sistema paralelo de biometria por servidores para autorizar descontos irregulares em massa. O prejuízo é bilionário.
“Eles sabiam e lavaram as mãos. As respostas mostram que o governo foi negligente com os alertas. O tempo passou, os descontos continuaram acontecendo, e agora temos um escândalo sem precedentes com prejuízo bilionário aos aposentados. O que eles estão tentando esconder?”, disparou a deputada.
Zanatta agora cobra a instalação urgente de uma CPI do Roubo dos Aposentados para responsabilizar os envolvidos e estancar as perdas dos beneficiários. A operação da PF ainda está em curso e pode revelar novos nomes e conexões dentro do órgão federal.