No programa desta quarta-feira (23), o Post Notícias recebeu novamente Davi Ereno, pai de Thamily Ereno, jovem de 25 anos que foi morta durante uma operação da Polícia Civil em Criciúma no final de março. Passados 30 dias do crime, Davi afirma que a família segue sem respostas e denuncia o silêncio das autoridades sobre o caso.
“Nada mudou. A Polícia Civil não se manifestou em nada”, disse Davi, que deu a primeira entrevista à Post TV poucos dias após a tragédia. Agora, um mês depois, ele voltou ao estúdio para reforçar o pedido por justiça e denunciar tentativas de descredibilizar a filha.
“Eles estão querendo tapar um furo de uma operação desastrosa, denegrindo a imagem da minha filha. Estão dizendo que ela fazia parte do tráfico, mostrando um caderno como se fosse prova, mas era um caderno de vendas de roupas. Ela vendia roupa pelo Instagram”, afirma.
Falta de posicionamento e investigação
Durante a conversa, Davi relatou que nem a Polícia Civil, nem o Ministério Público, nem a promotoria se posicionaram formalmente junto à família.
“Nem um auxílio psicológico. A única coisa que a polícia me deu foi um corpo no hospital e um atestado de óbito na delegacia”, desabafou.
O pai da jovem afirma ainda que materiais da filha, como bolsa e celular, seguem em posse da polícia.
“A gente criou um grupo para a manifestação, e alguém sem querer adicionou o número da Thamily, que estava com a polícia. Do nada, ela saiu do grupo. Como, se ela já não está mais aqui?”
Contradições no depoimento oficial
Davi também apontou supostas contradições nos relatos oficiais. “Dizem que foi legítima defesa. Mas como se atira na cabeça do carona para se defender?”, questiona. “Se o objetivo era prender, por que não o fizeram quando ele saiu do carro, atravessou a rua e entrou numa casa carregando uma televisão?”
Medo de uma falsa narrativa
O maior medo do pai é que a memória da filha seja manchada por versões construídas para justificar o erro. “Estão querendo criar alguma coisa contra minha filha que não existe. Não tem nada contra ela. Querem justificar o que fizeram”, afirmou.
Segundo Davi, câmeras de moradores da região foram recolhidas ou trocadas. “Trocaram câmeras por câmeras mais novas. A polícia agora dá câmera também? Por que tanto medo, se a operação foi correta?”
Pedido por justiça
Com apoio jurídico, a família vai acionar o Ministério Público. “A orientação do advogado é seguir com provas e pedir essa investigação de verdade. E a gente não vai se calar”, diz Davi.
Ele finalizou com um apelo direto: “Só quero resposta. Que seja feita uma investigação limpa, correta. E que isso não aconteça com mais ninguém.”
Acompanhe entrevista completa: https://youtube.com/live/SlxMKv-T45A?feature=share