Está nas mãos da ministra Carmen Lúcia, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a decisão sobre o futuro das federações partidárias, as já constituídas e as que estão por serem implementadas. Até o momento, são três com atuação desde 2022, e que abrangem sete partidos: 1) PSDB e Cidadania; 2) PT, PV e PC do B; e 3) PSol e Rede Sustentabilidade.
Estas federações foram firmadas como forma de sobrevivência à cláusula de desempenho, que toca num ponto sagrado para os partidos: o acesso ao fundo partidário e ao tempo de televisão e rádio, que garante o interesse de sobrevivência de uma série de partidos nanicos.
Deve sair agora em maio ainda a definição sobre as consultas feitas pelas três federações sobre o critério de validade dos acordos. A lei deixou dúvidas para interpretação quando trata do prazo mínimo de uma federação: vale quatro anos ou dois ciclos eleitorais.
Já há a decisão do Cidadania de finalizar a federação com o PSDB, que encerra em maio de 2026. No entanto, se o critério dos dois ciclos eleitorais for aceito, a federação já teria cumprido em 2022 e 2024. Teria que ser encerrada antes de 1° de Abril de 2026 – 180 dias antes das eleições – para ambos os partidos possam seguir outros caminhos.
Fusão PSDB – Podemos
O PSDB 45 estuda uma fusão com o Podemos 20, com a troca de nome da sigla inclusive. Esta fusão depende da autorização para liberação dos partidos das federações firmadas em 2022. De acordo com fontes da coluna, há um pré acordo para que o comando do ‘novo partido’ no país seja dividido em espaços para três partidos: 50% para o grupo do Podemos; 35% do PSDB e 15% para o grupo vindo do PSC, que foi incorporado ao Podemos em 2022 (o partido já havia incorporado o PHS em 2018). Com a incorporação de 2022, o Podemos ficou sob o comando de Renata Abreu e o vice presidente do PSC, Pastor Everaldo, ficou de vice. Agora, nesta equação com o PSDB, de Marconi Perillo, o PSDB deverá ficar com a vice presidência.
Paulinha no comando
Em Santa Catarina a presidência estadual do PSDB, hoje com Marcos Vieira, iria para as mãos do Podemos. Portanto, em caso de fusão, o novo partido ficaria sob o comando da deputada estadual Paulinha, do Podemos. A parlamentar já tem caminho definido para 2026: independente do que acontecer, irá disputar uma cadeira na Câmara Federal. Inclusive já teria convidado a deputada federal Geovania de Sá (PSDB) a permanecer no novo partido para ambas disputarem cadeira no Parlamento Federal com chances de ambas serem eleitas.
Já o grupo de Marcos Vieira, dificilmente fica no novo partido se não estiver no comando. O caminho avaliado é o mesmo de boa parte dos tucanos de Santa Catarina, a ida para o PSD, como o grupo de Clésio Salvaro. Caminho que deve seguir também o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que deve disputar uma vaga ao Senado em 2026.
Senado no pacote
No ajuste fino – e tudo depende ainda da autorização do TSE para terminar as federações antes de 1/4/2026, as vagas ao Senado estão no pacote do acordo. Marconi Perillo (PSDB), por Goiás, Aécio Neves (PSDB), por Minas Gerais, e Renata Abreu (Podemos) por São Paulo, deverão buscar vaga ao Senado em 2026.
Para ultrapassar a cláusula de barreira em 2026 o partido/ ou federação precisa ter no mínimo de 2,5% dos votos válidos para a Câmara distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados (9 no caso), e mínimo de 1,5% dos votos válidos em cada um; eleição de pelo menos 13 deputados federais distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados (9 estados).
Kekinha vai a deputado?
No âmbito regional, há três peças no tabuleiro que estão em andamento. Em Balneário Gaivota, o prefeito Everaldo dos Santos, o Kekinha (PSDB), tem convite do Republicanos para mudar de partido, mas também recebeu convite para ficar no partido que nascer da fusão Podemos-PSDB. A deputada Paulinha inclusive o estimula a pensar em uma candidatura a deputado estadual, já que ela própria irá a federal. Esta costura depende do caminho que seguirá Geovania de Sá, que também avalia ir ao Republicanos. Kekinha deverá seguir o mesmo caminho dela (e mentora política). Se for o Republicanos ou novo partido, em ambos, haveria espaço para uma candidatura a deputado em 2026.
Em Araranguá e no Balneário
Em Araranguá, o Podemos deverá ir para as mãos de um ex vereador. O assunto já é dado como certo e deverá ser anunciado nos próximos dias. O partido está sem comando desde que o grupo de Kila Ghellere foi para o União Brasil. O partido em Araranguá será aliado do prefeito Cesar Cesa (MDB), uma condição para a formação do novo grupo.
Em Balneário Arroio do Silva, o Podemos, está sob o comando de Ronaldo Prestes, e na eleição de 2024 ficou junto do MDB, na oposição ao prefeito Evandro Scaini (PP). No entanto, há uma definição do Podemos estadual de que haverá mudanças.
O partido estuda ter uma legenda com força para a disputa das eleições de 2026, em que precisará de uma base forte em busca de cadeiras na Alesc e na Câmara Federal, onde não tem deputado por Santa Catarina.
Metas pós fusão
Se a fusão com o PSDB sair, ambos os partidos irão que trabalhar para manter as 5 cadeiras na Assembleia Legislativa – 3 do Podemos e 2 do PSDB, e buscar 2 no Parlamento, em Brasília, uma para manter a cadeira de Geovania de Sá e outra para Paulinha. Tudo depende da fusão sair ou não.
Suplentes no governo César
Entre os suplentes da coligação que elegeu César e Tano em 2024, 9 dos 11 mais votados foram chamados a ocupar cargos no governo: Jair Bala (MDB) como chefe de frota; Luciano Pires (União Brasil) secretário adjunto de Governo; Talisson Machado (União Brasil) como diretor de escola; Afrânio Ronconi (MDB) como coordenador da Defesa Civil; Zico (PSD) e Jair Anastácio (PSD) no setor de Educação; Edemilson Machado (MDB) como secretário adjunto de Turismo e Esportes; Adriana Mota (Republicanos) na Administração; e Weliton Pereira (PSD) como diretor do Departamento de Iluminação Pública, da Secretaria de Obras. Jane Soares (PSD) não assume função porque o marido, Giancarlo Soares, é procurador do Samae. Lena Périco (MDB) não assumiu cargo porque preferiu abrir mais espaço para o genro, André Miilioli, no Turismo. Também não ocupam cargos os suplentes e ex vereadores Luiz da Farmácia (Republicanos) e Tico Batista (MDB).