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Corpo de mulher levado do velório de volta ao Instituto Médico Legal

Um caso inusitado chama a atenção da comunidade de Santa Rosa do Sul, com repercussão em Balneário Arroio do Silva, Araranguá e Sombrio

 

Isto porque, um caso que levava a crer que uma mulher havia tirado sua própria vida, ganhou ares de suspeição por parte da familiares da vítima e pode levar a uma investigação para saber se mantem o que disse o laudo policial sobre o falecimento dela.

Um parente viu-a morta e chamou a Polícia, que encontrou no local uma “carta de despedida”. A perícia no local constatou que tratava-se mesmo de um suicídio.

Ela havia sido encontrada morta por enforcamento em Balneário Arroio do Silva. Depois disso a família encaminhou o corpo aos cuidados da Funerária Santa Terezinha, de Araranguá.  O corpo foi levado para Santa Rosa do Sul, onde estava sendo velado, antes de seguir para sepultamento em Sombrio.

Alguns familiares, inconformados com o fim trágico de V. B. C. G. e com a suspeita de que a mulher possa ter sido vítima de homicídio contratou o escritório do advogado Oziel Albano para impedir que houvesse o sepultamento sem que houvesse uma autópsia.

 

Pedido para autópsia chega ao MP

O Ministério Público, por meio da Promotoria de Plantão da Comarca de Criciúma, foi acionado, e encaminhou pedido ao Poder Judiciário para que impedisse o enterro dela antes de serem feitas as devidas investigações. Atendeu ao pedido Greice Chiamulera Cristianetti, Promotora de Justiça Substituta em regime de plantão.

V., que estava em processo de divórcio, e ela tinha uma medida protetiva de urgência formulada em desfavor de P. R. P. G.  para:

a) afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a requerente;

b) proibição de aproximação da requerente, fixando o limite mínimo de distância entre esta e o agressor em 200 (duzentos) metros; e,

c) proibição de contato com a requerente, por qualquer meio de comunicação.

O pedido chegou ao MP: […] Por fim, aportou pedido incidental com tutela de urgência para realização de perícia médica legal formulado por Otávio Casagrande Zanatta a fim de que fossem apuradas as circunstâncias da morte da vítima.

“O pleito de realização de perícia médica detalhada antes do sepultamento fundamenta-se no fato que a vítima foi encontrada sem vida, apresentando sinais de enforcamento e múltiplos hematomas pelo corpo” e nos áudios e vídeos que demonstram ameaças de morte supostamente praticadas por P.

No Boletim de Ocorrência consta que uma pessoa da família, na casa [..] ao se dirigir aos fundos da residência, visualizou […] V. pendurada por uma corda.

O casal estava em processo de separação, e V. com sinais de depressão.

[…] No piso superior havia um colchão com uma bíblia, foto de casamento, um celular e duas cartelas de medicamentos controlados.

De acordo com o MP:

“não se descuida de que, nos casos em que há morte violenta, é de praxe a realização de laudo cadavérico. Todavia, diante do quadro delineado, entende-se razoável a determinação da realização de novo exame pericial mais detalhado, a fim de que o médico legista tenha conhecimento acerca dos fatos que envolvem [….] o casal. […] a realização de novo exame pericial neste momento evitará posterior necessidade de exumação do corpo da vítima […].

O parecer do MP manifestou-se pelo deferimento de:

[…] novo laudo cadavérico, antes do sepultamento da vítima – previsto para às 10h de hoje –, visando esclarecer a natureza das lesões narradas e as circunstâncias da morte […].

 

Justiça concorda com o parecer do MP e autoriza autópsia

A juíza da Comarca de Araranguá, Segunda Vara Criminal, Livia Borges Zwetsch Beck, autorizou que o corpo fosse encaminhado ao IML em Araranguá e ainda solicitou uma perícia na casa da vítima, em Balneário Arroio do Silva.

No início da tarde, a Funerária Santa Terezinha reconduziu o corpo até o Instituto Médico Legal, em Araranguá, para a realização de autópsia.