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Disputa pelo comando da Subseção da OAB de Araranguá tem cara de eleição municipal

Quem observa os veículos circulando nas ruas da cidade pode perceber que o clima de eleições permanece no ar, mesmo depois de encerradas as eleições de 6 de outubro. E olhe que nem houve segundo turno nas eleições de Santa Catarina.

A explicação é bem simples. Depois de quase 2 décadas sem que houvesse disputa, agora com 3 chapas, enfim os advogados se mostram bastante animados por ter opção de escolha. Toda esta movimentação reforça a ideia de que trata-se de uma oportunidade que os advogados (algo em torno de 400 votantes) enxergam de exercerem a democracia.

 

SEM RENOVAÇÃO

A última disputa aconteceu quando Wolmar Giusti venceu Roberval Alves, que já havia comandado a OAB por 2 gestões e tentava permanecer no cargo de presidente. Desde então não havia eleição. Giusti ficou em seu segundo mandato com “chapa única”, depois passou o bastão para Laércio Machado, que ficou 2 mandatos, que passou o bastão de volta para Wolmar, que ficou de 2021 a 2024. Isso mesmo, neste período foram apenas 3 presidentes – Roberval, que está apoiando a chapa 103; Laércio e Wolmar, que apoiam a chapa 102.

 

RACHA NA SITUAÇÃO

Isso só foi possível porque a oposição conseguiu se organizar de fato para a disputa e lançar Nazareno Valim e Tânia Piazza; e ainda porque parte do grupo que estava com o atual comando fez um movimento para lançar Jonaira Dannus, atual vice presidente da chapa de Wolmar Giusti, como candidata a presidente por um novo projeto.  O candidato natural à sucessão era Rafael de Oliveira, que comanda a Caixa de Assistência dos Advogados (CAASC). Jonaira não enxergava que haveria espaço para tentar ser candidata e começou a ase afastar do presidente, o que se consolidou 1 ano antes das eleições de 22 de novembro.

 

MARKETING DE CAMPANHA

Já a candidatura de Nazareno/Tânia tempo tempo de construção. Aproveitou este racha da situação para sair na frente em praticamente tudo. Foi a primeira a entregar a documentação em Florianópolis para inscrever a chapa, e, por isso ficou com o número 101; conseguiu ter toda chapa sem impugnação; contratou trabalho profissional de assessoria de imprensa/comunicação; foi a primeira a ter página no Instagram; a primeira a ter notas divulgadas na imprensa e a divulgar reels da campanha; fez a primeira entrevista na imprensa (na Post TV); fez os adesivos para carros, botons, flyers e santinhos. Depois as outras chapas também fizeram e equilibraram o jogo.

Ou seja, pelo fato de estar mais adiantada a chapa acabou ditando o ritmo da campanha. Quem fez depois, mesmo que faça melhor ou igual, acaba passando a impressão de que está copiando.

CORREÇÃO “A chapa 102, de Rafael/Larissa, foi última a fechar a dupla, e até fez o lançamento por último, no espaço da Queveks”.

 

Inevitavelmente, este trabalho de marketing rendeu algumas vantagens para a identidade da campanha, que foram depois alcançadas.

 

QUEM MAIS TEM SEGUIDORES?

Estamos há 09 dias, e uma medição de que este trabalho teve influência pode ser visto nas páginas de Instagram das 3 campanhas.

Até as 18 horas de 13/11, o número de seguidores das páginas era o seguinte:

Chapa 101 – Renovação OAB Para Todos – Nazareno/Tânia

887 seguidores da página

Chapa 103 – OAB Forte – Jonaira / Daniel Ramos

420 seguidores da página

 

Chapa 102 – União Trabalho e Transformação – Rafael / Larissa

404 seguidores da página

 

GERAÇÃO DE CONTEÚDOS

Se este fator tem influência sobre os advogados não dá para saber antes de 22 de novembro, mas para quem é da área de comunicação, é possível enxergar melhor as campanhas pela forma que se comunicam.

A chapa 103, por exemplo, soube aproveitar as entrevistas para produzir cortes, já a chapa 102, investiu em contratação de espaço de podcast para fazer seus próprios conteúdos (com membros da chapa entrevistando os candidatos). A chapa 101, por sua vez, tentou usar a criatividade, gerar conteúdo a partir de suas ações como o lançamento da campanha e a ação no calçadão.