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Entre o amor e a identidade: um romance que desafia preconceitos e explora as muitas formas de amar.

Em “Inevitável” um romance romântico de Boys Love, escrito pelo carioca Marcelo Camara, publicado pela Editora Flyve. Aborda com sensibilidade uma jornada de descobertas.

 

Somos inseridos no universo de Marcos e Bernardo, dois jovens que se tornam vizinhos. Bernardo se muda para o bairro em que Marcos já reside com a família. Uma relação de amizade surge entre eles, contudo, com a influência dos pais os garotos se aproximam ainda mais.

 

O que a princípio se assemelha apenas a uma cumplicidade de amigos, logo se torna um jogo confuso, complexo e muito desafiador. Levando em conta que ambos são filhos de militares.

 

Marcos que até então se identificava como heterossexual, em um relacionamento casual com uma amiga, começa a se questionar. Sua proximidade com Bernardo o faz indagar não apenas suas certezas sobre si mesmo, mas também as normas estabelecidas por uma família tradicional com valores diferentes. Em que a diversidade não se encaixa aos seus princípios.

 

Dilemas internos, e pressões externas tornam a narrativa instigante e gera um arquétipo forte nos personagens, o lugar de fala em que Marcelo está inserido lhe dá total autoridade para explorar temas tão sensíveis e honestos sobre a homoafetividade.

 

A divisão de sentimentos de Marcos é algo emocionante, ele lida com seus próprios dilemas internos, entre o amor que sente e o medo de desapontar aos que ama. O que já estava indo por um caminho bom, ganha mais peso com um personagem secundário ameaçando “tirar do armário”, abordando temas tão relevantes em nossa sociedade, como vulnerabilidade e preconceito.

 

O tom de realismo e complexidade que Camara traz em sua narrativa dá um alcance emocional a trama sem cair no clichê comum e pejorativos que a maioria cria ao abordar romances gays.

 

O livro é indicado para todos que procuram uma boa história de amor, com representatividade, fugindo dos estereótipos. E importante pontuar:  Será inevitável não se emocionar e apaixonar por essa narrativa.

 

Eu li e recomendo!

Mari Vieira