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Bienal do Livro de SP: um culto à literatura e um convite à leitura

Podemos pensar esse último final de semana como uma infinita página em branco, onde poderíamos construir nossa própria história.

Foi assim que me senti perambulando pelos corredores da 27ª edição da Bienal Internacional do Livro, a maior feira de literatura da América Latina, onde respirei cultura.

Observar amantes de diversos autores, de todas as faixas etárias, nos cerca de esperança. É como se pudéssemos enxergar um futuro promissor para a próxima geração. Milhares de pessoas que enfrentaram as infinitas filas, procuravam pelo seu estilo favorito em meio a tantos outros expostos naquelas centenas de prateleiras.

Tantos sorrisos arregaçados enquanto folheavam e aconchegavam nas mãos seus livros escolhidos. Os corredores eram tomados por apaixonados. E aqui nem estamos falando de casais. Falamos daqueles que são encantados pela cultura, pela educação e pela mutação de mentalidade que flui através da leitura, arrebatada pela diversidade.

Quantas histórias são possíveis de se ter acesso através das páginas escritas por pensadores. Formadores de opinião. A maior feira literária da América Latina recebeu de braços abertos aqueles mais cultos, os maiores e mais renomados escritores da atualidade, os bookstans mais viciados, os influencers que criam conteúdos a partir da literatura – e todos, absolutamente todos, abertos para discutir temas tão potentes.

A leitura, nada mais é do que a melhor maneira de se sentir livre. É um mundo cheio de possibilidades, que nos arrebata para um outro em que a nossa individualidade se torna protagonista de qualquer história. Ler inspira, mas também transforma. Pode até se tornar cúmplice das nossas relações de afeto. É cura para a alma. É ter aconchego quando só se pensa em fugir. É como a sensação de abrir livros novos, com a fragrância que só existem, de forma muito particular, em suas páginas.

Quando falo de fuga, é porque – de fato – a leitura funciona como uma válvula de escape nos meus dias. E ter escapado para esses dias de Bienal, fez total sentido pra mim. Ver gente. Esbarrar por stands que homenageavam os maiores escritores da literatura nacional. Tantos outros Machados, Clarisses, Carlas, se tornando reconhecidos diante de uma multidão. Gente valorizando escritas tão da gente. Daqui. De onde é possível avistar e contatar tantos talentos. 

 Em tempos de overdoses de informações, de posts no automático, de tanta gente criando mais do mesmo, observar uma multidão focada na diversidade cultural exposta aos quatro cantos da Bienal, enche o coração de qualquer um de esperança. É possível prever avanço educacional, geracional e profissional.

Ler nos teletransporta para um mundo mágico onde se criam atmosferas muito particulares. Mas estar nesse mundo mágico, tendo certeza de que há tanta gente que compartilha deste mesmo afeto, impulsiona. Faz querer mais. Nos permite mergulhar em um oceano inteiro de palavras, que como as ondas, alinham palavras às melhores (e mais marcantes) histórias.