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Drácula: A Noite Eterna do Medo e Sedução

Em 1897, Bram Stoker criou não apenas um romance, mas um ícone cultural que transcende o tempo: Drácula. Mais do que uma simples história de horror, o livro é um mergulho profundo nas sombras da psique humana, onde o medo do desconhecido, o fascínio pelo proibido e a batalha entre o bem e o mal se entrelaçam em uma teia que aprisiona o leitor desde as primeiras páginas.

 

O conde Drácula, com seu charme obscuro e poder hipnótico, emerge das brumas dos Cárpatos como uma força irresistível, ao mesmo tempo fascinante e repulsiva. Stoker habilmente utiliza a estrutura epistolar — composta por diários, cartas e recortes de jornais — para criar uma narrativa fragmentada que aumenta o suspense e a tensão, permitindo ao leitor uma visão multifacetada dos acontecimentos e das mentes atormentadas que enfrentam o vampiro. 

 

A ambientação gótica, rica em detalhes, proporciona ao leitor uma experiência sem igual. O castelo de Drácula, com seus corredores intermináveis e sombras sinistras, contrasta com a civilizada Londres vitoriana, onde o mal se esconde sob a fachada da modernidade. Stoker não apenas constrói uma história de terror, mas também um estudo sobre o choque cultural entre o Oriente e o Ocidente, e as ameaças que o Outro; representa para a ordem estabelecida.

Drácula é mais do que uma história de monstros; é um reflexo das ansiedades da era vitoriana, uma crítica ao imperialismo, e uma exploração do desejo humano por imortalidade e poder. A influência do romance é inegável, ecoando em cada releitura e adaptação, garantindo a Drácula um lugar eterno no panteão da literatura.

 

Bram Stoker, com sua prosa densa e atmosfera carregada, convida o leitor a uma jornada sombria e inesquecível, onde cada página vira uma porta aberta para o desconhecido. Drácula não é apenas um livro — é uma experiência, um confronto com nossos próprios medos e desejos mais profundos. Se a imortalidade fosse concedida a uma obra literária, Drácula certamente seria digno desse privilégio.

 

Eu li, reli e recomendo.
Boa leitura!

-Mari Vieira