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Entenda como as queimadas na Amazônia chegam a SC e prejudicam qualidade do ar há mais de 1 semana

Santa Catarina tem registrado a presença da fumaça das queimadas da Amazônia há mais de uma semana. Em uma nota divulgada em 16 de agosto, a Defesa Civil do estado já havia alertado sobre a situação, que piorou a qualidade do ar e prejudicou a visibilidade nas cidades.

 

Na sexta-feira, 23 de agosto, o órgão emitiu um novo comunicado com uma imagem de satélite atualizada, mostrando a chegada de novas partículas provenientes das chamas, que percorreram mais de 3 mil quilômetros.

 

A chegada da fumaça a Santa Catarina e ao sul do Brasil ocorre devido à atuação de um corredor de vento de norte a sul. Segundo Humberto Barbosa, do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), essa corrente de vento é a mesma que carrega a umidade da região amazônica. Agosto, sendo um mês normalmente mais seco, favorece o transporte desses poluentes até o estado.

 

Barbosa explicou que essas correntes de vento, muitas vezes chamadas de jato de baixos níveis, operam em altitudes em torno de 5 mil metros e carregam tanto a umidade quanto as partículas de incêndio ou queimadas da Amazônia. Com a chuva prevista para o fim de semana, a expectativa é de que a fumaça diminua de proporção e a atmosfera seja limpa. No entanto, especialistas afirmam que a camada densa de fumaça deve persistir na região Norte, além de Mato Grosso e Bolívia.

 

A piora da qualidade do ar em Santa Catarina já é um problema recorrente, agravado por vários fatores, e a fumaça das queimadas é um deles, conforme explica Leonardo Hoinaski, engenheiro sanitarista e ambiental. Hoinaski, que coordena o Laboratório de Controle da Qualidade do Ar (LCQAr) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destaca que, embora a situação atual tenha chamado atenção devido às queimadas e à perda de visibilidade, a qualidade do ar pode ser ruim mesmo quando a visibilidade é boa. Ele também ressaltou a necessidade de estudos mais aprofundados para avaliar o impacto preciso na qualidade do ar do estado.

 

As causas principais desse evento estão relacionadas à intensidade dos incêndios. Na Amazônia Legal, foram registrados mais de 26 mil focos de incêndio somente no mês de agosto, em comparação com 14,8 mil no mesmo período do ano anterior. Além disso, a seca, que serve como um catalisador para os focos de incêndio, somada às queimadas ilegais, agrava ainda mais a situação.

Crédito: G1