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Partos de emergência: bebês nascem fora da maternidade com a ajuda do Samu

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não apenas atende casos graves de urgência e emergência, mas também realiza o transporte de gestantes até uma maternidade. No primeiro semestre deste ano, 8.314 ocorrências envolvendo grávidas foram atendidas em Santa Catarina. Muitas vezes, os bebês nascem antes de o Samu chegar ou durante o trajeto para o hospital, evidenciando a frequência de partos fora do ambiente hospitalar.

 

As equipes do Samu enfrentam momentos desafiadores e emocionantes ao lidar com partos em ambientes não tradicionais, como dentro de ambulâncias. Essas situações são carregadas de adrenalina devido à urgência e à necessidade de rápida tomada de decisão.

 

Ao chegar ao local, a equipe do Samu realiza uma avaliação detalhada da grávida, verificando sinais vitais, estado de consciência e condições específicas da gravidez, como contrações, perda de líquido amniótico, sangramentos e movimentos fetais, conforme explica Adriana Bueno, enfermeira intervencionista da Unidade de Suporte Avançado (USA) do Samu de São José.

 

Se necessário, a equipe realiza intervenções para estabilizar a mãe e o bebê, incluindo administração de medicamentos, posicionamento adequado para aliviar o desconforto e monitoramento contínuo dos sinais vitais.

 

Participar de um nascimento fora do ambiente hospitalar pode criar uma conexão emocional única entre a mãe, o pai e o bebê, aproximando ainda mais a família em um momento marcante de suas vidas. A enfermeira Adriana Bueno relata que frequentemente convida o pai para cortar o cordão umbilical.

 

“Ajudar a trazer uma nova vida ao mundo é um dos momentos mais gratificantes na minha carreira. Sinto uma alegria e satisfação por ter contribuído para um momento tão importante e emocionante”, considera.

 

Durante o parto emergencial, podem surgir complicações inesperadas, como hemorragias, sofrimento fetal ou necessidade de intervenção cirúrgica (cesariana). Essas intercorrências são difíceis de manejar em uma ambulância, onde o espaço é limitado e há dificuldade para a mobilidade dos profissionais e para a realização de procedimentos necessários, ou até mesmo na residência, por falta de equipamentos adequados.

 

Com mais de 16 anos de experiência no atendimento pré-hospitalar, Adriana Bueno alerta as grávidas:

 

“Embora os profissionais do Samu sejam treinados para lidar com emergências, é sempre preferível, quando possível, realizar o parto em um ambiente hospitalar, onde todas as condições são mais seguras”, finaliza.