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Soja: grão avança em áreas de arroz e milho

Já faz tempo que se diz que o futuro da agricultura mora da diversificação. Ou seja, em uma região de pequenas propriedades, cada vez menos produtores optarão por uma única cultura. O fumo, por exemplo, perdeu espaço para lavouras de mandioca e de maracujá, e depois, foram surgindo as plantações de frutas, hortaliças e grãos. Foi neste último mercado que o agricultor de Sombrio, Tanoua Acorde, decidiu dar um passo a mais. Ele já cultivava arroz, mas como todo produtor que busca mais ganhos e novidades, enveredou no mundo da soja. “Não temos, ainda, grande experiência, estamos iniciando em algo que é novidade e que eu acho que vai decolar na região”, diz.

Ao contrário do que se pensa, não é preciso grandes porções de terra para se fazer uma boa safra de soja. Segundo Tanoua, ele e um sócio decidiram investir no grão. Um vizinho também quis entrar na nova cultura e assim, cerca de 20 hectares foram semeados. Eles trabalham em um sistema de trabalho em que trocam horas de trabalho e implementos agrícolas. “Parte da área que plantamos era de arroz, e outras partes estavam desocupadas ou eram destinadas à pecuária”, explica.

O novo negócio surgiu quando o cultivo de arroz se tornou quase insustentável na propriedade de Tanoua. De acordo com ele, os altos custos da lavoura e o preço defasado o levaram a mudar de cultura. “O preço do arroz vinha a muito tempo se arrastando e a cultura da soja, diferente do arroz, é mais fácil de trabalhar. Com menos trator e mão-de-obra se consegue fazer uma área maior”, declara. Além disso, o preço da saca de soja é mais atrativo aos produtores.

Outro ponto que tem contado para o aumento da área plantada é uma praga que está afetando as lavouras de milho, a cigarrinha, e que pode levar agricultores a optar pela soja e evitar transtornos, ao invés de continuar com os milharais.

Em uma região em que novas culturas têm ganhado cada vez mais espaço, Tanoua acredita que a soja veio para ficar e conquistará muitos produtores nos próximos anos. “Acho que está consolidada. É uma cultura que não depende de irrigação, apesar de assim a produção ser maior. É uma cultura mais fácil, o preço está satisfatório e, talvez, será uma alternativa para outros grãos como milho e feijão, o fumo também. Certamente, já está consolidada”, define.

Conforme o último boletim agropecuário do estado, divulgado pela Epagri em março, a área plantada de soja na região de Araranguá é de 730 hectares, ainda muito pouco se comparada com outras culturas, como o arroz, que possui 58.848 hectares, segundo estimativa da empresa.

Espera-se que a produção desta safra de soja chegue a 2.322 toneladas.