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Pandemia paralisa doações e Casa do Oleiro pede ajuda

A pandemia tem causado uma verdadeira crise financeira em muitas entidades filantrópicas, mas a situação parece estar ainda mais crítica na Casa do Oleiro, em Araranguá. A casa é uma comunidade terapêutica, faz um trabalho de acolhimento e apoio a dependentes químicos e hoje está com 28 acolhidos. 

Neste período de pandemia, as doações de alimentos, produtos de limpeza e recursos diminuíram muito, assim como o fluxo de pessoas na casa. Segundo Márcia de Freitas, coordenadora na comunidade, os voluntários que costumavam atuar na casa também não puderam mais comparecer ou fazer arrecadações de doações. “Tínhamos vários grupos que prestavam serviço com a gente, dando palestra, conversando com os meninos, trazendo algo para trabalhar com eles. E devido à pandemia, isso parou. Hoje, não temos nenhum desses grupos trabalhando com a gente”, lamenta.

A captação de recursos através de eventos e visitas também teve que parar. Já não é mais possível sair com os acolhidos para apresentar o trabalho da instituição e nem promover eventos religiosos que eram comuns no local. “Temos uma banda e não pudemos mais sair com eles, isso dificulta as doações de alimento, porque onde a gente ia, as pessoas sempre nos doavam”, acrescenta. Ainda há quem ajude doando materiais para a casa como máscaras, produtos de limpeza e álcool em gel, mas com o espaço lotado e as despesas sempre altas, isso não é suficiente. “Ainda há uma grande necessidade”, completa.

O problema é que não são só esses produtos que estão faltando. Infelizmente, até o básico, a comida dos acolhidos e dos moradores do local, já esteve em falta. “Já chegou a faltar feijão… Os principais itens. Nossa média de gasto é de 30 quilos de arroz por semana, 13 quilos de feijão, 4 garrafas de óleo… Então, é um consumo bem alto e nós temos tido dificuldades”, explica Márcia.

Para amainar a situação, o local mantém uma horta de onde todos conseguem tirar muitos alimentos, mas outros produtos estão em falta. “Estamos tentando fazer parcerias, temos parceiros que sempre estiveram conosco, renovando com outros parceiros, para que a gente consiga manter”, continua.

A maioria dos acolhidos, cerca de 90%, provém de vaga social, ou seja, de pessoas que são moradores de rua ou em situação de abandono. Só familiares dos outros 10% contribuem com algum recurso para ajudar nas contas de luz e aluguel. “Estamos com a nossa conta de energia atrasada, e temos um gasto muito grande. São entre R$1.100,00 e R$1.200,00 todos os meses de energia, claro, com a casa cheia. Então, temos bastante dificuldade”, lamenta.

Para ajudar a casa, não é preciso ir ao local. Basta contatar a representante através do 48 9 9628 7082, pedir informações sobre o serviço prestado e combinar um lugar para deixar doações. Tudo é bem vindo, desde alimentos a materiais de limpeza. “Liguem que a gente passa para pegar, com todos os cuidados. A casa precisa, realmente”, conclui Márcia.

Até o momento, nenhum caso de Covid-19 foi registrado na Casa.

 

Golpe na praça

Como se não bastasse todas as dificuldades que a Casa do Oleiro está passando, ainda tem quem esteja usando o nome do local para pedir doações que não são entregues. O caso é denunciado pela própria Márcia. “Há um pessoal na rua usando o nome da Casa do Oleiro, vendendo itens em nome da casa. Eu deixo bem claro: nós não fazemos esse tipo de trabalho. Não somos nós. Não trabalhamos com venda, não expomos os rapazes na rua dessa forma”, diz.

Quem for abordado por vendedores alegando representarem a Casa do Oleiro, podem denunciar o caso à polícia.