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Saer/Sarasul atendeu quase 70 pacientes em 3 meses de trabalho

Em pouco mais de três meses de funcionamento, o Serviço Aeropolicial e Aeromédico (Saer/​Sarasul), já fez mais de 66 atendimentos em toda a região Sul do estado. O número está em um relatório apresentado pelo serviço na última semana e que contabilizou os trabalhos realizados pelo serviço entre 21 de dezembro de 2020, data em que o Saer/Sarasul passou a operar, e o último dia 5 de abril. Ainda segundo o levantamento, neste período o maior número de atendimentos foi de vítimas de afogamento(10), politraumas(14) e Infarto Agudo do Miocárdio(12). “O início do serviço coincidiu com a temporada de veraneio em momento de pico, e como o litoral é bem extenso, a gente já esperava o número de afogamentos. Na questão dos IAM, se você realiza um procedimento chamado trombólise em até duas horas do início do infarto, você tem uma taxa de recuperação de até 100% do paciente, ele fica praticamente sem sequelas. Por isso a necessidade da rapidez da aeronave”, explica Gilberto Crepaldi Mondini, delegado de polícia e piloto de helicóptero, que atua no Saer. A mesma lógica se aplica na questão dos Acidentes Vasculares Cerebrais, AVCs.

Com esse atendimento rápido, os efeitos positivos acontecem não só para o paciente, que se recupera mais rápido e com menos sequelas. “Ele fica menos tempo internado, vai voltar a ter uma vida normal, no pós-operatório precisará de menos exames, menos medicamentos, menos fisioterapias e isso se reverte em economia para os cofres públicos”, acrescenta.

O número total causou surpresa nos profissionais envolvidos, já que o serviço se instalou há pouco tempo. Porém, segundo o delegado, a sensação é de satisfação. “Não esperávamos esse número, mas isso mostra que tem demanda, que a aeronave está sendo empregada de forma útil e fazendo diferença nas vidas das pessoas”, diz.

A pequena diferença entre a porcentagem das ações do Saer/Sarasul em cada região também surpreendeu a equipe. De acordo com o relatório, 35% dos atendimentos ocorreram na Amesc, enquanto outros 33% ocorreram na Amurel e 30% na Amrec. “Já tínhamos uma noção de que o serviço faria mais atendimentos tanto na Amesc quanto na Amurel, do que da Amrec, mesmo porque o tempo-resposta é o fundamental da aeronave, e como essas cidades ficam mais distantes do hospital de referência, que é o São José de Criciúma ou o Nossa Senhora de Fátima em Tubarão, imaginamos que atuaríamos mais nessas cidades”, completa. 

Conforme Mondini, o funcionamento do Saer/Sarasul já está acontecendo plenamente, porém, ainda é preciso conscientizar os trabalhadores da saúde da região sul catarinense sobre quais os trabalhos desenvolvidos pelo serviço. Isso já está ocorrendo desde o início dos serviços, de modo que o conhecimento já se propagou entre os profissionais. Ele ainda acrescenta que já está sendo feita uma articulação para conseguir equipamentos próprios para que o Sarasul possa atender melhor os pacientes. “Desfibrilador, monitor cardíaco, todos os equipamentos que compõem uma UTI móvel, são emprestados. Isso não prejudica o serviço, mas é bom que tenhamos nossos próprios nossos”, encerra.

Atualmente, quem custeia o serviço é a Polícia Civil, com locação, combustível e os pilotos da aeronave, e a Amrec com o pagamento dos profissionais de saúde. Isso quer dizer que outras duas regiões que usam o serviço ainda não colaboram para o funcionamento do Saer/Sarasul. Para sanar esta situação, uma reunião com os secretários executivos das associações foi realizada, onde o serviço foi apresentado para eles. “Em breve, estamos fazendo um levantamento estatístico e vamos apresentar o serviço para os prefeitos, e sem dúvida pedir uma ajuda para que todo mundo que está sendo beneficiado ajude no custeio. Assim fica mais fácil para todos e a gente pode conseguir melhores equipamentos e melhores estruturas para os profissionais da saúde que estão atuando ali”, conclui.

O Saer/Sarasul opera hoje com 11 médicos, que recebem por hora de plantão, três enfermeiros e uma farmacêutica, todos contratados pela OZZ Saúde.