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Endividamento pode frear retomada da economia, diz Facisc

O aumento das dívidas, tanto das empresas, quanto do poder público, é uma das principais preocupações dos empresários catarinenses para 2021. O problema foi apresentado durante uma conferência online realizada pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) nesta terça-feira (15). 

Segundo a entidade, as medidas do governo para manutenção de emprego e renda durante a pandemia foram essenciais para amenizar os prejuízos causados à economia. Entretanto, o economista da Facisc, Leonardo Alonso, alerta que o governo federal não deverá ter fôlego para manter estes programas em 2021.

“Não há mais espaço para essas medidas econômicas. Elas foram essenciais no começo da pandemia, mas a dívida pública tem aumentando muito e não tem como o governo continuar bancando isso”, ressaltou.

Na iniciativa privada, muitos empresários apostaram em linhas de crédito para conseguir capital de giro e enfrentar a crise. Esses empréstimos tinham como característica prazos de carência elevados, que, segundo Alonso, estão começando a expirar.

“A conta está chegando. A carência dos empréstimos tomados pelos empresários começou a vencer. Agora, eles terão como grande desafio pagar esses financiamentos ao mesmo tempo em que mantêm os investimentos”, explicou.

Com o endividamento, o economista questionou se a recuperação acontecerá mesmo em forma de ‘V’ – quando há uma queda acentuada e depois uma retomada – ou em ‘W’ – com uma queda, uma recuperação, uma nova retração e posteriormente um crescimento definitivo. 

“Essa questão pode causar um efeito de ressaca na economia para o ano que vem, que só vai se resolver quando se consolide esta questão da vacina”, completou.

Passagem de bastão

O encontro foi um dos últimos compromissos do presidente da Facisc, Jonny Zulauf, à frente da entidade. Durante a live, ele esteve ao lado de seu sucessor, Sérgio Alves, que assume a entidade no ano que vem.

Durante o encontro, os dois aproveitaram para deixar mensagens de otimismo para os empresários catarinenses, que apesar de todos os desafios, começam esperançosos o ano de 2021.