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Novo mapa político após as eleições: projeções para 2022

NOVO, PODEMOS E DEMOCRATAS COM AS MAIORES CIDADES

Em Santa Catarina, há um novo mapa político desenhado após as eleições encerradas neste domingo (29) com o segundo turno de Blumenau e Joinville. Ao todo, 16 partidos estarão no comando de prefeituras a partir de janeiro de 2020.

O MDB de Dário Berger lidera o ranking com 96 municípios; seguido pelo PP de Esperidião Amin e Joares Ponticelli com 52; depois tem PSD de Raimundo Colombo e Napoleão Bernardes com 42; o PSDB de Gelson Merísio com 32 e o PL de Jorginho Mello com 27.

Os 5 partidos dominam 85% das cidades e é por isso que destes mesmos partidos devem sair os principais nomes para a sucessão em 2022, com ou sem Carlos Moisés (PSL).

O partido do governador, o PSL, por sinal, conseguiu 13 prefeituras; o PT de Décio Lima apenas 11; o Democratas de João Paulo Kleinubing e Gian Loureiro obteve apenas 7 municípios. O Podemos conquistou 3, mas conta com Blumenau; e o PDT teve 3.

Na lista dos que conseguiram 1 cadeira, Republicanos; Patriota; PSB; PSC 1; Cidadania e Novo, que conquistou Joinville, primeira cidade do país a ser comandada pelo Novo, que já havia conquistado o governo de Minas Gerais com Romeu Zema.

 

MDB, PSD E PSDB NAS MAIORES

Entre as 20 maiores cidades de Santa Catarina, o MDB comanda 5: Itajaí – Volnei Morastoni (MDB); Jaraguá do Sul – Antidio Lunelli (MDB); Brusque – Ari Vequi (MDB); Camboriú Camboriú – Dr. Elcio (MDB); e Araranguá César Cesa (MDB). O PSD comanda outras 5: São José – Orvino (PSD); Chapecó – João Rodrigues (PSD); Palhoça – Eduardo Freccia (PSD); Lages – Antonio Ceron (PSD) e Rio do Sul – Thome (PSD). O PSDB conquistou 4 prefeituras: Criciúma – Clésio Salvaro (PSDB); São Bento do Sul – Tomazini (PSDB); Caçador – Saulo Sperotto (PSDB); e Concórdia – Pacheco (PSDB). MDB, PSD e PSDB, portanto, levaram 14 das 20 maiores cidades.

O Podemos levou a melhor com Mário Hildebrandt, em Blumenau; e Fabrício Oliveira, em Balneário Camboriú. O Democratas venceu em Florianópolis com Gean Loureiro (DEM); e Navegantes com Liba do Top Haus (DEM). Com 1 prefeitura cada, o PP, que venceu Tubarão com Joares Ponticelli (PP); e o Novo, que venceu Joinville com Adriano Silva (NOVO).

 

 

 

OS MAIORES VITORIOSOS

As maiores votações proporcionais em Santa Catarina foram em Morro Grande – Kéio (PP) – 100,00% dos votos; e Barra Bonita, com Agnaldo Deresz (MDB) – 100,00% dos votos, ambas com chapa única.

O maior vitorioso destas eleições foi Jairo Custódio (MDB), de Balneário Rincão, que fez 87,02% dos votos; Emerson Stein (MDB), de Porto Belo, fez 83,24% dos votos; Clenilton Pereira (PSDB), de Araquari, obteve 82,59% dos votos.

Em seguida São Lourenço do Oeste – Rafael Caleffi (MDB) – 78,48%; Ibirama – Adriano Poffo Poffo (MDB) – 75,96%; Iraceminha – Jean Carlos Nyland (MDB) – 75,96%; Laurentino – Marcelo Rocha (MDB) – 74,16%; Rancho Queimado – Cleci Veronezi (MDB) – 74,07%; Bombinhas – Paulinho (DEM) – 73,53%; Pescaria Brava – Deyvisonn (MDB) – 73,07%; Águas Mornas – Omero Prim (MDB) – 73,04%; da região Sul a maior votação proporcional veio de São João do Sul – Moacir Teixeira (MDB) – 72,75%; e de Criciúma – Salvaro (PSDB) – 72,36%.

Depois de Guaramirim; São Joaqui; Jaraguá do Sul; em Braço do Norte, Beto (PSD) – fez 70,38% dos votos.

 

O NOVO GOVERNO DE MOISÉS

O governador reconduzido ao cargo em Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), exonerou pelo menos 27 cargos depois que retornou ao cargo. Além da simbólica volta de Jorge Eduardo Tasca, que era acusado conjuntamente no caso da equiparação salarial de valores dos procuradores.

Moisés foi absolvido por 6 x 3 pelo Tribunal Misto (5 deputados e 5 desembargadores) e chamou Eron Giordani para chefia da Casa Civil. Um gesto de aproximação do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio César Garcia (PSD), que era um ‘desafeto declarado’ de Moisés.

Eron era o chefe de gabinete de Garcia e o presidente da Assembleia Legislativa era cotado para ser governador interino antes do chamado ‘golpe da ala bolsonarista do PSL’.

O voto de Sargento Lima (PSL) livrou Daniela Reinehr da acusação e deixou-a como governadora interina, e isto teve um custo. Ela ficou pouco mais de um mês no cargo e já estava montando seu próprio governo, com as bênçãos de Jair Bolsonaro (sem partido).

Isto fez com que forças políticas divergentes passassem a ‘patrocinar’ o retorno de Moisés ao cargo, do qual ficou afastado por um curto prazo.

 

BASE PODE AMPLIAR

O MDB está fazendo suas movimentações para se aproximar de Moisés. Esta operação passa pela formação de uma base de apoio na Assembleia Legislativa.

O partido teve nesta segunda-feira (30) reunião da bancada (9 deputados, sem Vampiro que se recupera da covid-19) para definir seu futuro, se perto ou afastado do governador Moisés. 

 

VAI PARA O ISOLAMENTO

A posição da vice-governadora Daniela Reineher (sem partido) de descolar do governador Carlos Moisés da Silva (PSL), que era um trunfo, agora virou sua “maldição” e deve jogá-la no ostracismo político. Por consequência, deve isolar ainda mais dentro do PSL os bolsonaristas Sargento Lima, Felipe Estêvão, Jessé Lopes e Ana Campagnolo.

Aliás, em muitos locais, eles pediram votos a favor de candidatos que não eram do PSL.  

 

ESQUERDA LONGE DO PODER

O PT sai das eleições de 2020 muito apagado. Isto porque o partido não elegeu um prefeito sequer nas capitais estaduais e ainda reduziu drasticamente o número de prefeituras no país. Até estava no segundo turno em Porto Alegre, onde era vice de Manoela D’ávila (PCdoB), mas ela foi derrotada por Sebastião Melo (MDB). Com isto, o projeto de ter candidato com chances de enfrentar em 2022 Jair Bolsonaro (de malas prontas para voltar ao PP) está cada vez mais distante.

Não foi uma eleição das mais favoráveis para a esquerda como um todo, mas alguns partidos alinhados com o PT acabaram se fortalecendo, caso de PDT, PSOL e PSB. Isto cria mais dificuldades e poder levar o campo esquerdista para a fragmentação, divisão que interessa aos concorrentes diretos.

 

CONVERSÃO AO CENTRO

Além disso, estas eleições foram uma espécie de ‘guinada para o centro da política’, com poucas variações. Além da mudança provocada pelo fim das coligações proporcionais, que fez com partidos menores praticamente saíssem de cena, o acordo do presidente Bolsonaro com partidos do chamado “Centrão” para garantir a governabilidade, também ajudou na mudança das escolhas do eleitorado. Influenciou por certo na eleição de candidatos do MDB, PP, PSDB.