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SEMANA DE DEFINIÇÃO NO PP: MARIANO DEVE DIZER SIM OU NÃO

POR QUE MARIANO MAZZUCO NETO (PP) NÃO DEVE SER CANDIDATO À REELEIÇÃO?

Contraditoriamente, o prefeito teve muitos problemas na atual gestão, sua terceira a frente do município, mas é seguramente a mais realizadora entre todas elas. Explico as razões.

Porque conseguiu executar obras mesmo diante de uma das maiores crises econômicas que o país enfrenta em sua história (entre 2014 e 2020).

Mariano se elegeu com a promessa de fazer uma gestão austera para acertar as contas do município, que sofriam dificuldades. Isto explica que o governo anterior de Sandro Maciel (PT) conseguiu encerrar com as contas aprovadas, mas com um pacote de obras inacabadas. Se concluísse estas obras, teria ficado pendente com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O prefeito venceu em 2016 ‘com a maior votação da história de Araranguá’ para enfrentar a crise dos precatórios, que chegou a soma de R$ 75 milhões, e em números atualizados está hoje em R$ 26.714.020,91 (430 títulos). Equacionou a dívida, pagou parte e reduziu débitos de outras. Esta missão foi cumprida.

 

O QUE NÃO DEU?

A atual administração tinha a missão de concluir as obras deixadas pela gestão anterior, mas esta parte deve ficar em aberto. Isto porque o cronograma do prefeito Mariano foi interrompido pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Tudo que tinha prazo, será esticado. A boa notícia mesmo foi a vinda da quarta ponte com asfalto antes e depois do local da balsa. Serão R$ 15 milhões bem vindos, mas não chegam nesta gestão.

A Escola Municipal de Jardim das Avenidas, que deveria ser inaugurada até 2016, por falta de acordo com a empresa Camilo e Ghisi segue lá com pouca coisa para encerrar e está parada há mais de 5 anos. Deve acabar em litígio, como a briga anterior com a empresa em 2005, na primeira gestão, que este ano virou uma dívida paga pelo Samae de R$ 900 mil, pela obras feitas no Açude Belinzone.

O Centro de Convivência da Melhor Idade, dificilmente será entregue este ano.

A ciclovia do Morro dos Conventos, que foi relicitada, deve avançar durante o verão, e ser entregue em 2021.

O Parque Verde, obra licitada este ano, e que o Samae está executando, é quase certo que fica para o próximo prefeito inaugurar.

Aliás, como medida restritiva, nesta gestão, a Administração optou por não efetuar gastos com inaugurações, e foram entregues muitas obras.

 

CALO APERTADO

Assim como nas anteriores precisou dos recursos federais e estaduais para garantir obras, mas nesta em especial, o Programa Avançar Cidades gerou uma oportunidade de investimentos de R$ 20 milhões.

Mas, assim como recursos emprestados junto a ao Governo do Estado, virão com uma conta a ser paga pelas próximas gestões. Tinha que fazer? Claro. Araranguá inha capacidade de investimento? Também. Mas, é bom saber que o próximo prefeito terá que ‘se virar nos trinta’ para conseguir novos recursos, atrair investimentos, que gerem tributos para o caixa.

Embora o prefeito tenha contado com muitos recursos de emendas parlamentares e apoio dos deputados junto ao Governo do Estado, ainda assim, as contrapartidas precisaram sempre de austeridade nos gastos.

Os servidores – mais de mil, sentiram na pele, com salários em dia, mas apenas com as perdas da inflação. O modelo não agradou grande parte de concursados, e ainda restringiu a contratação de comissionados, o que fez com que houvesse sempre mais trabalho para dividir.

 

PONTOS NEGATIVOS

Mariano, se for candidato, terá que conviver com as dificuldades, embora tenha sido realizador, mas obras de menor vulto como a cratera da Beira Rio, pequenos reparos em vias, ponte de arame, geraram muitas críticas.

Mariano vive um dilema, porque faz 70 anos este ano, porque pode sair como o prefeito mais vitorioso do período das eleições pelo voto direto, com 2 mandatos e vice-prefeito e 3 de prefeito. Entra para história.

Se disputar e vencer, carimba o currículo, mantém-se vitorioso, mas se perder, vai ser lembrado como o prefeito que tentou a reeleição e foi derrotado.

Outro ponto é que a família Mazzuco está em paz no momento, o que pode mudar muito porque a ex primeira-dama Claudete Bianchi está no PRTB, e pode concorrer a vereadora ou até a vice-prefeita. Neste cenário, a eleição deste ano poderia se tornar bastante agressiva.

 

REDUÇÃO DOS DESGASTES

O fato é que o vereador Daniel Viriato (PP) ficou os 4 anos na Câmara, diferente das gestões anteriores em que foi secretário de Administração. Trabalhou para atrair para ele só as pautas positivas, não carregou as inconsistências do governo.

Além disso, na eleição de 2012, quando era o nome para sucessão de Mariano, havia um excesso de nomes para disputa. Dau Ghizzo foi escolhido entre Daniel, Ernane Palma, Tonhão e Hilson Sasso.

Dau desistiu e Daniel alegou que não tinha mais tempo para montar a campanha, que acabou com a dupla Dilnei e Sasso em terceiro lugar na disputa atrás de Sandro (PT) e César (MDB).

Agora, desta vez, é Daniel o articulador político, é quem conversa com os partidos. E foi assim que Podemos (grupo que deixou o PSB) e o PDT se mantiveram próximos dele. Afora Mariano, não tem outro adversário dentro do PP.

 

O ISOLAMENTO

Mariano, com todo legado que tem, está um tanto quanto isolado politicamente. Dos partidos da aliança que o elegeram em 2016, o Governo mantém apenas PP, PSD (que desembarca dia 31) e Podemos (que era o PSB) que tem 1 vereador. E trouxe o PDT, que era oposição, com 3 vereadores, e trouxe vereadores do MDB e PSDB, para ficar com 5 vereadores. A bancada ficou 5 PP, 3 PDT e 1 Podemos. Noutro campo está o PSD, que pulou de 1 para 4 vereadores; o PL que tem um vereador, e o PT.

O PSDB e o Republicanos que perderam seus vereadores devem também estar na oposição assim como o PSC. PV, PEN e Solidariedade não estão formados.

Ou seja: apenas PP e Podemos estão com o governo, enquanto os demais deverão estar nas chapas de César (MDB); Ricardo (PRTB) ou Igor (PL).