DICIONÁRIO DO COMANDANTE E DO CAPITÃO NÃO TEM DIÁLOGO
O governador Carlos Moises (PSL) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem algumas semelhanças, mas ambos passam por situações distintas no campo político-ideológico. Ambos tomaram caminhos diferentes no “racha do PSL”. Moisés, que já estava apartado da ala ideológica do partido em Santa Catarina, preferiu ficar no time de Luciano Bivar e contra Bolsonaro. Foi o que bastou para separar de vez o governador dos bolsonaristas. Decidiram ir com o presidente 4 dos 6 deputados (Ana Campagnollo, Jessé Lopes, Sargento Lima e Felipe Estevão). Ficaram apenas Comandante Mocelin e Ricardo Alba. Se espalharam do bolinho que fez campanha juntinhos e prometendo uma Santa Catarina dos sonhos, 3 dos 4 deputados federais eleitos (Daniel Freitas, Caroline de Toni e Coronel Armando). Somente o deputado federal Fábio Schiochett ficou na ala bivarista do PSL e virou o presidente do partido no Estado. Antes a turma já havia brigado pelo comando do partido, para tentar tirar de cena o quase senador Lucas Esmeraldino, ex homem de confiança de Moisés.
POLÍTICA É CONVERSAR
Moisés e Bolsonaro demonstraram algumas semelhanças, como o egocentrismo. Tudo tem que girar em torno deles. Com a desculpa de que não queriam lotear o governo, a seu jeito, ambos lotearam sim os poderes, para os seus amigos, parentes, amigos de farda. Só que ambos queriam o mesmo, governar sem dar muitas explicações. Esta falta de diálogo republicano joga a ambos em algumas situações semelhantes. Há pedidos de impeachment contra ambos, tanto em Florianópolis, quanto em Brasília. Ambos terão que “negociar muito” para se manter nos cargos. Enquanto Moisés tem uma base tímida, quase inexistente na Assembleia Legislativa, Bolsonaro já avançou em direção ao Centrão, que domina a maioria dos votos da Câmara dos Deputados. E já tem ocupantes em cargos indicados pelo presidente. Depois, teve que ir ele mesmo abraçar Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem queria manter distância – e não era por causa do distanciamento social.
HUMILDADE, OU QUEDA
Ambos tiveram carreiras militares, são da reserva remunerada, só que Moisés só atuava nos bastidores, enquanto Bolsonaro conhece o parlamento, onde ficou por 28 anos. Ele sabe por onde entrar, com quem falar. Só não queria. Mas agora, que apertou a pressão, especialmente com a saída de Moro (Mandetta e Teich), fez o caminho, se esforça para “calçar as sandálias da humildade”. Agora é a vez de Dom Carlos Moisés fazer o caminho, ir até os deputados, mostrar um pouco de humildade e conversar de igual para igual com o parlamento.
LINHA VERMELHA
Na chamada linha vermelha, que é um telefone direto do governador com os deputados, de início, deverá “sobrar fichas”. Ele terá que conquistar quem queira conversar com ele num momento delicado em que o governo está sob o manto da desconfiança. Além do que, os bolsonaristas deverão acusar esta linha de comunista. Até porque, os dois deputados do PDT, partido de esquerda, Paulinha e Minotto, são da confiança do governador. Tanto que Minotto esteve na semana passada em Araranguá junto da equipe da Saúde do Estado para examinar a situação do Hospital Regional de Araranguá. [Há uma promessa de mais quatro leitos para além dos atuais 16].
COVID-19 X LEITOS DE UTI 19
A coluna teve acesso a uma informação que alivia a luta contra a covid-19 na região da Amesc. Hoje são 16 leitos de UTI no Hospital Regional de Araranguá (HRA), sendo que 10 estão lotados com pacientes com coronavírus e 4 das 6 usadas por pacientes com demais comorbidades. Na quarta ou quinta-feira (20 ou 21) devem ser implantados 3 novos leitos de UTI. O fato é que o secretário de Saúde, André Motta Ribeiro, precisa pensar a saúde como macrorregional. Não de forma individual. O sistema tem que pensar o grande Sul, de Tubarão a Passo de Torres, e realocar os pacientes covid-19 dentro das UTIs da rede.
NOTAS FINAIS
- A juíza Thania Mara Luz, titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Araranguá, corregedora do Presídio Regional de Araranguá, comandou uma videoconferência na semana passada com juízes e promotores para tratar da questão da superlotação do Presídio Regional e a necessidade de construção de uma nova penitenciária na região;

- Dia 17 de Maio de 2013, há sete anos, aconteceu a licitação da Serra da Rocinha, na sede do DNIT, em Florianópolis, com a vitória do Consórcio Setep/Ivaí, Sotepa, que trabalha hoje nas obras.
- Semana que vem faz 1 ano que abriu a cratera na Rua Rui Barbosa, em Araranguá;
- O médico Thiago Henrique Chaves Secundino é o novo diretor técnico do Hospital de Meleiro;

- O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araranguá (SINDMA) publicou uma nota em sua página do Facebook, de indignação pelo tratamento dado aos servidores no caso da covid-19.
NOTA NA ÍNTEGRA
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araranguá – Sindma – 2 h · Público
SINDICATO INDIGNADO:
O Sindicato dos Servidores Municipais está INDIGNADO com o tratamento dispensado aos Servidores pela Administração Municipal, em face a uma série de suspeitas de casos de Covid-19 no quadro de parte de seus funcionários, diante da confirmação de um caso e da falta de medidas para proteger seus servidores, limitando-se a uma “NOTA” publicada na página oficial da Prefeitura no dia de hoje,18.
IINDIGNADO, com a falta de testes Rápidos para Covid-19 aos Servidores, principalmente os que atuam na Secretaria de Obras e Administração, locais estes onde existe a suspeita de outros possíveis casos;
INDIGNADO, pela Administração não Revogar o Decreto 9.229/2020, e possibilitar a imediata dispensa dos Servidores que compõem o Grupo de Risco, bem como instituir o Trabalho Remoto e manter somente os serviços essenciais, diminuindo assim a burocracia nesse momento onde ficar em casa é essencial;
Por fim, o Sindicato entende que é momento de serenidade e que seria prudente por parte do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19, em face as inúmeras possibilidades de termos outros casos de corona entre os Servidores Públicos Municipais, a tomada de atitudes imediatas, (ofertar testes rápidos de Covid-19, manter somente os serviços essenciais); com o claro objetivo de preservar a saúde dos servidores e de quem eles servem, a População como um todo.
Fernando Espíndula – Presidente – SINDMA



