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A EBULIÇÃO INTERNA DO PSL; ESCOLHA AUTORITÁRIA; E OUTROS PITACOS

A EBULIÇÃO INTERNA DO PSL

A divisão do PSL já era acintosa no ambiente interno do partido, até que o governador Carlos Moisés da Silva foi até o PSL nacional, via secretário Douglas Borba, pedir a cabeça de dois deputados, Jessé Lopes e Ana Campagnollo. A relação com o presidente Jair Bolsonaro, também não era maravilhosa, até que Moisés concedeu uma entrevista à Folha de São Paulo e criticou a “turma da arminha”. Só piorou.

O presidente, aliás, também não morria de amores por Moisés, não o conhecia, não queria vir a Santa Catarina para oferecer apoio ao comandante dos bombeiros que chegou como “acidente de percurso” ao segundo turno das eleições de 2018. Ele achava melhor ficar neutro, porque Gelson Merísio (PSD) lhe havia oferecido apoio no primeiro turno.

Causou furor nos ‘bolsonaristas’ leitores (à época da eleição) quando esta informação foi dada por esta coluna. Era tudo verdade.

Moisés, mantém distância relativa do presidente, que anuncia saída do PSL. Corre o risco de ficar somente com 2 deputados estaduais de 6: Ricardo Alba e Coronel Mocelin (se ficar). Onde Bolsonaro for deve levar Ana Campagnollo, Jessé Lopes, Felipe Estêvão e Sargento Lima.

Entre os deputados federais, apenas o presidente estadual do PSL, Fábio Schiochett, que é do grupo de aliados de Lucas Esmeraldino, deve ficar no governo. Com a ala bolsonarista, deve seguir Caroline De Toni, Daniel Freitas e Coronel Armando.

 Carlos Moisés

ESCOLHA AUTORITÁRIA

Moisés havia decidido não se envolver na eleição da Mesa da Alesc, e o deputado estadual Felipe Estêvão, que seria líder do partido na Assembleia, para ajudar na composição, acabou ficando sem espaço.

Outro que abriu mão de liderança foi o Coronel Mocelin, que era líder do governo. Portanto, para acertar ‘o baralho’ nas composições internas e facilitar a vida de Moisés, muitos se sacrificaram.

Por isto, o deputado de Laguna não escondeu sua insatisfação com a imposição do secretário de Articulação Nacional, Diego Goulart, como coordenador do PSL na Amurel. Se disse indignado, traído, com a forma que ficou sabendo. Ele soube por uma rádio de Tubarão.

PANELA DE PRESSÃO?

Um político do governo – que irei preservar o nome, disse que não conhece mais Carlos Moisés da Silva. Nas palavras dele, “autoritário, mau gestor”, são alguns dos adjetivos que usou para identificar o atual hóspede da Casa da Agronômica.

Em outro momento, falou da influência dos Esmeraldinos no governo. Este governista, mesmo próximo de Moisés, se diz descontente com o que tem visto. Disse que “eles tomaram conta” de diversos setores do governo. [Referindo-se à influência do irmão de Lucas no governo].

Este mesmo político, também disse que está apreensivo com as escolhas do governo Moisés. Na análise de um economista da capital federal, o uso da fonte 100 será o “calcanhar de Aquiles” em 2020. Pelas contas do especialista, irão faltar recursos para saúde, não haverá campo para fazer obras a partir do ano que vem. Desenha um cenário nebuloso, com aumento de déficit do Estado de R$ 4 bi para R$ 6 bi.

INEXPERIENTE OU DESPREPARADO?

Experiente, o presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD), não esconde mais que o Legislativo tem “salvo a pele” de Carlos Moisés em várias situações.

No painel de ideias “Eu Amo Araranguá”, organizado por Jornal Enfoque Popular e Post TV, Garcia não se abalou com a presença do secretário Diego Goulart e diretor Sandro Yuri, e disse que o governador Moisés é inexperiente, não estava preparado para o cargo. E que estamos “trocando pneu com carro em movimento”.

 Jair Toreti e Júlio Garcia

OU FAZ POLÍTICA, OU GOVERNA

Quando um governo tem dificuldades de gestão, ele geralmente tem na costura política uma saída para melhorar sua operação. Não é o que se vê com Moisés. Os deputados o acusam de estar “fazendo campanha para 2022”, ao invés de cuidar da gestão.

Outra queixa é do poder de Douglas Borba, que veio do PP, e uma série de lideranças que caíram de paraquedas na eleição de Jair Bolsonaro.

Outras bronca contra Moisés é o poder dos coronéis, o corporativismo. Alguns já controlam espaços importantes, e devem marcar ainda mais presença.

QUASE ACABANDO O MANDATO

Na terça-feira (8), o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, em decisão monocrática, ou seja, sem passar pelo plenário do TSE, decidiu negar os recursos da defesa no caso da cassação da chapa PSDB/PR/PTS/PSC/PCdoB. Isto faz com que seja mantida a cassação de Fabiano Pinho (PSDB), confirmando decisão das duas instâncias anteriores.

No dia seguinte, quarta-feira (8), o mesmo ministro julgou o caso da chapa MDB/PSB/PRB/DEM, e teve a mesma decisão. Com isto, fica mantida a cassação de 5 vereadores desta coligação em Sombrio. Assim como em Valença/RJ, que criou a jurisprudência, a coligação foi condenada por colocar candidatas ‘laranjas’. Tinham que ter uma chapa de 30% de mulheres efetivamente concorrendo aos cargos, mas não havia. Só ‘faz de conta’.

O TRE/SC deve comunicado da decisão para cumprir a substituição dos candidatos. Se for mantida a decisão, saem Fabiano Pinho (PSDB), Carlinhos Gomes (MDB), Nego Gomes (MDB), Janguinha da Sanga Negra (MDB), Som da Garuva (MDB) e Daniel Palito (PSB). Anulados os votos, na recontagem, entram os 3 suplentes do PP (Edson Porrok, Marli e Juca), 1 do PSD (Nano Freitas) e 2 do PDT (João Roseno e Tião).

O prefeito Zênio tem hoje maioria na casa, com 6 votos (PSDB/PSB/MDB), contra 1 independente (PT) e 4 do Progressistas. O PP passaria a ter 7 vereadores, 2 do PDT, 1 do PT e 1 do PSD, cenário novo. Oposição no comando da Casa no ano da eleição.

As defesas de ambas as coligações irão pedir um efeito suspensivo para tentar levar o assunto ao pleno do TSE. Se não conseguir, a saída é apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas neste caso, já com os 6 vereadores afastados.

APANHOU DE GRAÇA

Gerou confusão a resposta ao convite de filiação ao jornalista Valmoci de Souza, feito por ele no Facebook do PSL de Passo de Torres. “Eu que agradeço o convite do Tonhão, do deputado Daniel Freitas, do coordenador regional do Jeffeson Raupp e o aval do governador Carlos Moisés.

O Movimento Direita Sul espalhou nota, espalhou que Jé Raupp tinha problemas com a Justiça. A nota era equivocada em todos os sentidos. Primeiro, porque ele não é coordenador regional do PSL, nem filiado ao partido é. Segundo, que o processo licitatório, que a mira aponta para o Jé, apontou errado. Ele não era secretário à época, apenas o presidente da Comissão de Licitação. Em 2004 era um estudante de Contabilidade.

A secretária de Administração e Finanças era Terezinha Tiscoski. O então prefeito, Zé Milton (PP), foi multado porque o TCE julgou que houve erro na condução do processo, e já pagou.

Não há condenação pendente. Portanto, o que começou com um erro numa nota de Facebook, virou uma série de informações equivocadas.

A CONFERIR

O Movimento Direita Araranguá emitiu em sua página uma exposição de motivos para contrapor a nota sobre “o cavalo de Tróia” Daniel Freitas (PSL). Para a DA, o movimento tem a intenção de enfraquecer o deputado, por causa de sua atuação na região.

Aponta ainda que esta “fake news” tem objetivo: deixar Juliano Jacques como coordenador regional. Ele é ligado a Diego Goulart, Lucas Esmeraldino e Fábio Schiochett.  

Também apontou para um grupo de lideranças de Sombrio ligadas à sindicalista Marisane Patrício (presidente do Sinttravale). 

Ou seja, além do PSL estar dividido, os movimentos de direita também estão.

LALE NO PT

O prefeito de Maracajá, Arlindo Rocha (sem partido), está com um pé no Partido dos Trabalhadores. Especialmente se não for disputar a reeleição. Ele faz contas. Quer ser candidato a deputado estadual. MDB, PP, PSDB e PDT são partidos com nomes fortes. Espaço livre, somente no PT do Sul, que desde Décio Góes e Zé Paulo Serafim, não tem candidato.

A CONFERIR

O empresário Jairo Borges (PP) está se preparando para ser candidato a prefeito de Balneário Arroio do Silva.