A novela da pavimentação da Serra da Rocinha está ainda muito distante de ter seu desfecho final. Além da histórica demora para a obra virar realidade – mais de 30 anos de espera, desde que a obra iniciou em 2013 muitos outros capítulos estão sendo contados pelos agentes envolvidos.
A celeuma só aumenta porque a obra custou R$ 95 milhões deixado do guarda-chuvas do Regime Diferenciado da Copa (RDC), o mesmo usado para construir os estádios para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil.
Agora, ao que se se sabe, já está com aditivo de 25% ao contrato do consórcio Ivaí/Sotepa/Setep e ainda demanda recursos para obras que não foram previstas no projeto – encostas e iluminação.
Início da obra: dezembro de 2013
Previsão de entrega: segundo semestre de 2020
NO CAPÍTULO ANTERIOR: EMPRESÁRIOS PEDIRAM REABERTURA DA SERRA DA ROCINHA
O movimento começou em Turvo na manhã de segunda-feira (8), quando um grupo de empresários e membros da comunidade pediram que o tráfego fosse reaberto na Serra da Rocinha, em Timbé do Sul, sob a alegação que estes 60 dias de interrupção causaram muitos prejuízos.
Uma comissão foi montada para uma reunião na terça-feira (9), com a mediação do presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Manoel Aguiar (PSDB) e a presença de Ronaldo Carioni Barbosa, superintendente do DNIT.
A reunião foi com portas fechadas, mas houve a confirmação de que já foram feitos os 25% de aditivo ao contrato original sem as obras de contenção e o projeto da iluminação pública no local.
O prefeito de Timbé do Sul, Roberto Biava (PP), que não estava presente na reunião, informou que estudos apontam para um investimento de mais R$ 40 milhões.
O que ficou definido na reunião é que a rodovia seria reaberta entre 18 horas e 7 horas da manhã, de segunda a sexta-feira; e durante os fins de semana. Pelo acordo, apenas 50 veículos cadastrados teriam direito a acessar à Serra da Rocinha.
O DNIT já havia bloqueado a rodovia justamente a pedido da população, já que muitos motoristas estavam se colocando em risco ao passar pela serra em obras.
NO CAPÍTULO DESTA SEXTA-FEIRA (12): TIMBÉ DO SUL CONTRÁRIO AO ACORDO
Depois que Ronaldo Carioni Barbosa, superintendente do DNIT, veio a Timbé do Sul para mediar um acordo, houve novo levante, desta vez dos moradores do município e usuários da SC-485, Serra da Rocinha. Eles demonstraram sua indignação com a decisão tomada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, em acordo com um grupo de empresários.
O acordo selado por uma comissão de empresários e o DNIT na última terça-feira (9), deixou descontente um grupo de pelo menos 100 pessoas de Timbé do Sul. Eles alegam que precisam subir e descer a Serra da Rocinha para trabalhar ou para fazer negócios e se sentem prejudicados com o acordo de cadastrar apenas 50 pessoas para usar a rodovia.
O empresário local e ex-vereador João Batista Dal Pont, de Timbé do Sul, falou em nome do grupo com o prefeito Roberto Biava (PP), que marcou nova reunião com o DNIT para quarta-feira, 15h 30min, para tentar contornar o problema.
João Batista Dal Pont
O prefeito Betinho e a vice-prefeita Maria de Fátima Loetti Alexandre, a Tati (PSDB), encaminharam um ofício ao DNIT, na capital do Estado, solicitando uma audiência. O documento foi encaminhado nesta sexta-feira ao chefe do serviço de construção do DNIT/SC, Névio Antônio Carvalho, e ao engenheiro residente do consórcio, Esequiel Custódio dos Santos.
No texto, o prefeito Betinho disse que “a referida reunião não foi marcada pela Prefeitura de Timbé do Sul” e que ele mesmo “não estava presente à reunião, uma vez que estava em viagem”.
Roberto Biava
No ofício, Betinho informa o posicionamento do município: “Abertura da Serra da Rocinha para o trânsito de veículos leves, independentes de cadastro de placas, de segunda a sexta-feira, das 06 das 08 horas da manhã; e das 17 a 19 horas, com exceção de dias chuvosos pelo período em que a construtora achar possível.
O ofício tem o visto das empresas do Consórcio Setep-Ivaí-Sotepa.
PRÓXIMO CAPÍTULO: A IDA NO DNIT
De acordo com Dal Pont, a reunião que aconteceu na última terça-feira (9), na Câmara de Vereadores de Timbé do Sul, foi mal encaminhada pelo presidente do Legislativo de Timbé do Sul, Luiz Manoel Aguiar, que emprestou o plenário Iduino Mondardo para a reunião do grupo que fez o bloqueio da Rocinha na segunda-feira (8), com o DNIT, uma reunião que foi fechado ao público.
O empresário chegou a dizer que o pessoal de Turvo não manda em Timbé.
“… [Eles] pensam que vão subir com cadastro, mas não vão […] assim que eles quiserem passar na Serra nós vamos pra lá, e vamos fazer uma guerra…”
João Batista Dal Pont, que tem uma agropecuária no município de Timbé do Sul reuniu em torno de 100 pessoas, entre empresários, agricultores, gente que trabalha lá em cima da serra, em torno do tema.
Mas no final da tarde desta sexta-feira, por telefone, João disse que até entende o movimento puxado pelo grupo na segunda-feira, já que deram um pontapé para abertura da discussão, mas que “se é para um, é para todos” o fechamento da rodovia.
Dal Pont deve acompanhar o prefeito na reunião de quarta-feira (17), na capital do estado junto de um vereador e do prefeito de São José dos Ausentes. “Vamos defender os interesses de agricultores, professores, mecânicos, que precisam deste acesso”.
Ainda nesta tarde um dos organizadores do bloqueio de segunda-feira (12), Beto Verdureiro, ligou para João Batista para explicar a intenção do movimento.
“Sei que o encaminhou um pedido, não quero condenar ninguém, mas queremos uma solução justa”, finaliza.
Segundo as informações que a reportagem recebeu, o cadastramento está paralisado, e não é com a Prefeitura.
O que disse o prefeito Roberto Biava:
Crédito das fotos: Jornal Enfoque Popular, Post TV, portal da Câmara de Timbé do Sul, grupo BR-285 WhattsAPP.