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Empresários querem a redução da desigualdade do extremo sul em relação às demais regiões

Dentre os assuntos comentados estão a falta de infraestrutura para o setor empreendedor e a necessidade de maior força política na capital

Mais que discutir sobre empreendedorismo, a quarta edição do bate-papo da Acijam buscou focar em visibilidade e valorização do Extremo-sul Catarinense. A Associação Empresarial de Jacinto Machado, Acijam, com o apoio da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, trouxe para o debate a ausência de representação política igualitária com outras regiões além da necessidade de desenvolver os setores com potencial econômico na Amesc. “Queremos ser tratados como Extremo-sul, para que quando haja uma verba para o extremo-sul, ela venha e não volte mais, como aconteceu com a Serra do Faxinal. Precisamos ser tratados como outra região”, sintetizou o presidente da associação, Adelor Emerich.

Diversas autoridades estiveram presentes nos dois dias de bate-papo, que terminaram nesta terça-feira, 9, e segundo Emerich, era necessário ampliar a discussão. “A mudança foi grande, porque antes queríamos apenas interagir com alunos, com o pessoal interessado no setor, que gostaria de empreender em Jacinto Machado e região. No ano passado, muitas pessoas da Amesc vieram e se interessaram, por isso, convidamos neste ano, autoridades estaduais para debaterem conosco”, completou.

Ainda segundo Emerich, o extremo-sul tem muito a oferecer economicamente e só precisa de mais incentivos para se desenvolver. “Nossa região da Amesc é muito rica, principalmente em agricultura, e nós temos mão-de-obra. O que falta é estrutura, estradas, acessos. Como trazer gente para empreender na região se falta infra-estrutura?”, questiona.

Uma das autoridades presentes no evento foi o presidente da Amesc e prefeito de Maracajá, Arlindo Rocha, que elogiou a iniciativa. Segundo ele, o setor econômico vem buscando se qualificar para, pelo menos, estabelecer, certo grau de igualdade na disputa do mercado, a competitividade. “Nós, do poder público, temos, não só que aplaudir, mas participar disso. Os empreendedores de hoje são verdadeiros heróis, sob pesadas cargas tributárias. É daqui que vem o repasse dos impostos que nos proporciona investir naquilo que é necessidade da população”, disse.

Arlindo ainda defendeu o que ele acha que é necessário para que haja mais desenvolvimento econômico na região: a força da união. “Acredito que as forças precisam se unir, não só do segmento econômico, mas do cooperativismo, dos órgãos sociais, das câmaras municipais, do poder público como um todo. Se fizermos um estudo de nossas potencialidades e carências e avançarmos em tudo isso, se conseguirmos juntar tudo isso, seremos grandes”, completou.

O deputado José Milton Scheffer foi um dos palestrantes da primeira noite de bate-papo e concorda que é preciso estreitar os laços e buscar objetivos com mais união. “Entendo que é crucial esse diálogo com a classe empresarial, não só de Jacinto Machado, mas da Amesc. É através desse debate que vamos conseguir afinar nossas prioridades e a união de forças. Nós precisamos unir os segmentos e afinarmos nossos objetivos. Foi assim que outras regiões avançaram”, declarou.

O parlamentar, em sua fala, ainda traça um caminho que pode ajudar a alavancar a economia na região que é considerada por muitos a mais pobre do estado. “Primeiro temos que entender quem somos e onde queremos chegar, e a partir daí, utilizar instrumentos como universidades e institutos federais para vocacionar, com uma visão futurística, a nossa juventude. Precisamos aliar a tecnologia de informação ao agronegócio, pois é isso que vai ditar a economia nos próximos anos. Estou otimista com este momento”, opina.

Vanir Zanatta, presidente da Cooperja, também falou ao público e focou na importância do setor agro da região. Segundo ele, apesar do pequeno tamanho, a Amesc tem uma relevância bastante grande na produção agrícola do estado. “Vamos falar do que produzimos de riqueza, e fazê-los lembrar de que estamos aqui e precisamos de incentivo. O agro é a menino dos olhos do país e da nossa região, principalmente. Uma agricultura forte é um país forte. O problema é que da porteira para fora, precisamos vencer muitos desafios, o governo não tem dado apoio e é preciso trabalhar isso”, acrescenta.

O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Júlio Garcia, também esteve no bate-papo e ressaltou qual o papel da Assembleia Legislativa e do governo para diminuir as diferenças econômicas entre as regiões. “É preciso que haja um olhar especial ao extremo-sul para mudarmos a realidade atual e criarmos condições para realizarmos as obras de infraestrutura que são necessárias para o desenvolvimento da região”, completou.