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Associação finaliza semana de autismo com inauguração de sede

Ainda pouco conhecido, o Transtorno do Espectro do Autismo afeta muitas famílias e precisa ser melhor esclarecido na sociedade. É o que defende a Associação dos Pais de Autistas do Extremo Sul Catarinense, a AMA.ESC. Em Araranguá, já foi instituída por força de lei a Semana de Conscientização do Autismo, que começa no dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e é focada em promover a socialização, a inserção no meio social e a convivência dos autistas.  

Para marcar a semana, a associação abrirá as portas de sua nova sede para receber quem busca informação e serviços. Segundo Luiz Vicente Costa, presidente da AMA.ESC, o objetivo é fechar as celebrações com ‘chave de ouro’. “Por causa da pandemia, não conseguimos fazer nada mais efetivo além das lives, por isso, decidimos reabrir nossas portas na nossa nova sede, na rua Caetano Lummertz, 1369, no bairro Coloninha em Araranguá”, explica. Os atendimentos serão de forma escalonada por conta da pandemia e os horários serão divulgados nas redes sociais da associação, onde também estão ocorrendo lives de orientação e informação sobre o autismo.

Também serão oferecidos serviços terapêuticos gratuitos e a emissão das carteirinhas de identificação do autismo e do passe-livre, que é um direito dos autistas. “Eles podem ter transporte gratuito intermunicipal de ônibus e de balsa. Vamos também organizar a documentação para pedidos de pensão para aquelas pessoas que têm algum diagnóstico de deficiência mental associada ao autismo, e oferecer assessoria jurídica de um advogado voluntário que vai tirar dúvidas, algo que é caro para as famílias”, acrescenta.

Luiz fala que o autismo tem sido cada vez mais divulgado e comentado nos municípios, mas o desconhecimento pós-diagnóstico é um dos maiores problemas para as famílias de autistas. “Fazemos um acolhimento, amparamos, damos um direcionamento… As pessoas ainda têm muitas dúvidas. Está muito longe do que a gente espera”, diz.

Ele também comenta que o maior desafio de alguém que tem autistas em casa é promover um atendimento terapêutico, algo caro para muitas famílias, além da aceitação do diagnóstico, já que muita gente ainda tem preconceito com a condição. Por isso, informar sobre o transtorno é tão importante. 

Para quem recebeu o diagnóstico agora, o conselho de Luiz, que tem uma filha de 10 anos com autismo, é buscar conhecer a condição. “Você não está sozinho. A sensação que muitos pais têm é essa. Procure ajuda. Tem muitos outros pais na mesma situação, que podem ajudar”, diz.

Atualmente a associação tem 109 crianças cadastradas, mas a expectativa é que, após a abertura da nova sede, o número cresça exponencialmente. A associação está nas redes sociais através do @associacaoamaesc, e pelo telefone (48) 9.9838-0675.

 

O que é o autismo?

O autismo, ou transtorno do espectro autista-TEA, é uma condição de saúde que apresenta déficits na comunicação social, seja ela como forma de socialização, comunicação verbal ou não, e também de comportamento por seus interesses restritos e movimentos repetitivos chamados de estereotipias.

 

Por que a cor azul representa o movimento?

Inicialmente, o diagnóstico era fechado praticamente de forma exclusiva a portadores do sexo masculino, sendo assim, optou-se por adotar a cor azul como forma representativa, entretanto, este cenário vem mudando, onde cada vez mais indivíduos do sexo feminino estão tendo seus diagnósticos fechados como portadores de TEA.

 

O autismo tem níveis?

Sim. Dentro das classificações possíveis de autismo, há uma gama considerável de variações e que chamamos de “Espectro”. O autismo pode apresentar desde indivíduos com déficit intelectual comprometendo a independência, até aqueles que possuem este transtorno de comportamento, mas que levam uma vida comum ou com grande habilidade.

 

Quais as principais características do autismo?

O autismo se apresenta de forma muito abrangente, mas algumas características são padronizadas: falta de interesse na interação social, o interesse por objetos pouco triviais para brincar, movimentos repetitivos como balançar ou bater as mãos, jogar o corpo para frente e para trás, não olhar nos olhos, etc.