Com isso, a construção civil bateu recordes de crescimento no ano e aqueceu a economia com contratações e circulação de produtos. O que causou problemas foi a falta de matéria prima no mercado. Na empresa em que Cláudia trabalha, foi preciso reestruturar a produção e focar em outro material. “A empresa viu a necessidade de migração de atividade principal para então o fornecimento de concreto usinado, antes uma atividade secundária, pela necessidade do mercado muito aquecido e pela disponibilidade de material. A pandemia nos trouxe a necessidade de se reinventar e se recolocar no mercado. Mostrando que nos negócios nada é imutável e a adaptação do empreendedor é que trará o sucesso”, pontua.
As perspectivas são boas para o setor em 2021, tanto que, após muito estudar, a migração para o novo produto não deverá ser revertida, mesmo com a vacinação em massa da população e controle da pandemia. “Com o início da vacina e provavelmente a retomada de todos os setores e todas as indústrias, a esperança é de reabastecimento de material prima no país no último semestre e com baixa nos valores dos insumos. Aliados a alta da construção civil, provavelmente até o final de ano teremos um dos melhores resultados dos últimos anos. Com certeza 2021 será um ano de grandes conquistas e trabalhos”, celebra.
A única das 11 atividades industriais pesquisadas que apresentou queda de produção em relação a dezembro de 2019 foi a de Fabricação de produtos alimentícios, que produziu 6,0% a menos do que no mesmo período do ano anterior. A queda foi maior que a do mês anterior nessa comparação, de -5,2%.
Para Luiz Fernando Bendo, gerente de uma cooperativa de arroz da região, comenta que dezembro já é um mês de menor consumo do grão, já que a maioria dos consumidores acaba comprando outros produtos. “As pessoas acabam comprando chocolates e presentes, cestas de natal… Isso ocorre praticamente todos os anos no setor do arroz. E em 2020, a queda foi brutal, de quase 50%”, explica.
A expectativa para 2021 no setor alimentício acompanha o que já espera outros nichos de mercado: a vacinação. “Foi um ano bastante atípico. Segundo a Conab, o Brasil deve colher cerca de 10,9 milhões de toneladas de arroz, o que deve ser um pouco do que normalmente o país colhe. Acredito que aos poucos, existe a possibilidade do retorno à normalidade na questão de produção, industrialização e venda de arroz no mercado nacional”, completa.
De janeiro a dezembro de 2020, a produção industrial catarinense acumulou
queda de 4,4% na comparação com igual período de 2019. Foi o 8° percentual entre os 15 locais pesquisados e reduziu 1,8 ponto percentual em relação ao recuo acumulado até novembro (-6,2%).