Search

Caso Brenda: Laudo pericial do carro sai nos próximos dias

Como foi informado com exclusividade pelo Jornal Enfoque Popular, aconteceu na noite desta quinta-feira (27), o exame pericial no veículo usado por Jeferson Quadros Péres, assassino confesso da jovem Brenda Rocha Carvalho

 

Passo de Torres

Na noite desta quinta-feira (26), o Instituto Geral de Perícias (IGP) se deslocou de Araranguá para Passo de Torres onde estava o carro de Peres que permanecia aos cuidados da DP e estava sem gasolina suficiente para deslocamento.

 Foto: Jornal Norte Sul

O carro precisou ser levado para um galpão escuro para poder ser eficaz o teste com luminol, que serve para identificar sangue ou fluidos corporais.

Em um exame preliminar é possível dizer que há resíduos de sangue no interior do veículo. O que não é possível ainda dizer é a quem pertence este resíduo e se tem ligação com o crime bárbaro (mais de 60 facadas e muita violência) que chocou o estado de Santa Catarina.

Um perito de Criciúma, acompanhou o também perito criminal de Araranguá, Gelson Prudêncio, do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina.

Agora, depende do andamento dos trabalhos do perito de Criciúma, para que seja confirmado se houve agressão da vítima antes ou foi no local onde foi encontrado o corpo, na comunidade de Furacão, em Passo de Torres.

 Foto: Jornal Norte Sul

 Foto: Jornal Norte Sul

O delegado da Comarca de Santa Rosa do Sul, André Coltro, não participou da perícia. Segundo ele, “um agente do Passo de Torres recebeu o pessoal do IGP”, que acompanhou os trabalhos.

>>>>>>> 

O QUE FOI DITO ANTES

 

CASO BRENDA: A VINGANÇA FOI O MOTIVO DO CRIME

Veja no link https://post.tv.br/2019/09/18/caso-brenda-a-vinganca-foi-o-motivo-do-crime/

 

A morte bárbara da jovem Brenda Rocha Carvalho, de apenas 14 anos, deixou de ser mistério no final da tarde desta terça-feira, dia 17, quatro dias após seu desaparecimento, em Maracajá. A polícia cumpriu mandado de prisão contra Jeferson Quadros Péres, ex-padastro da vítima, que estava em Torres/RS, acompanhado de sua mãe Brenda havia desaparecido no final da tarde de sexta-feira, dia 13, quando havia saído de casa para fazer as unhas. Preocupada, a mãe, Cris Rocha Martins, informou o desaparecimento da filha.  No sábado, dia 14, chegou a notícia que nenhum pai gostaria de ouvir: o corpo da vítima foi localizado na comunidade de Furacão, em Passo de Torres. Feito o reconhecimento de Brenda, a Polícia começa a investigação em busca do autor de um crime que, mais tarde, teria um desfecho surpreendente.

 

CÂMERAS FORAM ESSENCIAIS

Os investigadores foram até Maracajá em busca de pistas que pudessem ajudar na elucidação do assassinato da adolescente. As recém instaladas câmeras de segurança foram fundamentais para construção da linha de investigação. A partir da comparação das imagens se chegou a um automóvel de cor escura. A Polícia conseguiu identificar a rota do carro até a saída de Maracajá.

Um rapaz próximo à família, com atitudes estranhas, chamou atenção da Polícia que passou a investigá-lo. Foi desta forma que descobriram que o mesmo tinha as características que “batiam” com as do carro suspeito. Jeferson Quadros Péres, que havia tido um envolvimento com mãe de Brenda Carvalho, tinha um GM Corsa verde escuro. Ele chegou a acompanhar toda a angústia da família após a confirmação da morte. Acompanhou Cris até mesmo na delegacia, depois participou dos funerais sem que as pessoas próximas percebessem o que estava por trás de tanta prestatividade.

DISSIMULADO, O CRIMINOSO ACOMPANHOU A DOR DA FAMÍLIA

Somente Jeferson sabia o que havia acontecido entre Maracajá e Passo de Torres. Os delegados Diego Archer de Haro (regional), Lucas Fernandes da Rosa (DIC Araranguá), da André Coltro (comarca de Santa Rosa do Sul) detalharam como foi a operação que acabou com a prisão de Jeferson, que confessou a autoria do crime sob a alegação de que estava “tomado de raiva”.  A morte brutal, com diversas agressões à faca, foi motivada por uma vingança contra a mãe da vítima.Ele parou com o carro ao lado de Brenda, e acabou convencendo-a a embarcar. Não foi levada à força, o que fez com que a linha de investigação apontasse para alguém conhecido pela vítima.

Jeferson disse aos policiais que ela aceitou entrar no carro porque disse que queria conversar sobre sua mãe, Cris Rocha. Em seu depoimento, disse que saiu com o carro para a estrada (BR-101), e que acabou parando na altura da Praia de Bela Torres, e entrando no local onde acabou assassinando Brenda. A Policia Civil conseguiu comprovar que Jeferson, que trabalhava como marceneiro, havia vindo a Maracajá e depois retornado para sua cidade, Três Cachoeiras. Depois dos funerais, Jeferson Péres ficou meio desaparecido. A Polícia ficou sabendo que o suspeito havia tentado o suicídio. Teria tomado “veneno para ratos”, o que aponta para uma atitude de remorso.

DELEGADO REPRESENTA PELA PRISÃO

Quando conseguiu reunir indícios concretos de envolvimento do suspeito, o delegado Lucas da Rocha pediu a prisão temporária, que agora deverá ser convertida em prisão preventiva. Peres disse ao delegado que as agressões foram feitas fora, quando Brenda disse que estava apurada e que precisava urinar. Será feita uma perícia no carro para saber se não aconteceram dentro do veículo. Com mandado de prisão em mãos, com a ajuda do delegado André Coltro, uma diligência foi encaminhada até Três Cachoeiras/RS, cidade natal do criminoso. Como não encontraram, descobriram que Peres estava em um hospital, em Torres, acompanhado deu sua mãe. Coltro disse que não há sinais de estupro ou qualquer outra agressão de cunho sexual.

APRESENTAÇÃO DAS PROVAS DO CRIME

Antes da entrevista coletiva, os delegados apresentaram a chave do carro, o celular, as roupas de Jeferson Quadros Peres, usadas no dia do crime, e um pino que pertencia à faca usada para matar Brenda. O pino encontrado confere com o que faltava na faca dele. Não havia contra o autor, até então, acusações de crimes anteriores.

EX-PADASTRO ESTAVA REVOLTADO

A tensão era grande no pátio da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), no bairro Cidade Alta, desde as 19h, quando foi confirmada a prisão de Jeferson; até por volta de 22h30, quando os policiais da força-tarefa chegaram em Araranguá, havia muita movimentação. Em um momento de muita tensão, um homem, que se apresentava como padrasto de Brenda, chegou gritando que queria “encontrar o assassino de sua filha”. Relatou que foi pai de criação de Brenda logo por um tempo, mas que estava separado há seis anos de Cris. Depois da chegada do preso, que confessou a autoria do crime, foi a mãe da vítima, Cris Rocha Martins, quem chegou à DIC. Não falou com a imprensa e foi conduzida para a ala interna da Delegacia.