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Semana Santa consolida boas vendas de peixes

Em muitos lares a Semana Santa é sinônimo de refeições sem carne, e nessa hora quem ganha espaço são os pescados. Assados ou fritos, e servidos com acompanhamentos variados, os peixes nunca estiveram tão visados como agora. É o que observou André Vinícius Borges, membro de uma família que tem uma peixaria em Arroio do Silva há 30 anos e que na época da Quaresma, faz feiras itinerantes por toda a região. 

De acordo com ele, é esse costume antigo de evitar a carne nos dias anteriores à Páscoa que aumentam a comercialização dos produtos. “Na verdade, até aumentou um pouco as vendas de um ano para cá. E nesta época, ainda tem muito a tradição religiosa que puxa a questão do consumo do peixe”, diz.

As vendas, segundo ele, também aumentaram pelo fato de que ao ficarem mais em casa por causa do isolamento social, as pessoas têm mais tempo para preparar o alimento. “Aumentou o tempo das pessoas em casa, elas estão fazendo mais peixe”, pontua.

Outro fator foi o preço, que se manteve enquanto outros produtos tiveram aumento. Não foi o caso da tilápia. A ração encareceu, o que acabou impactando no custo final ao consumidor. “Os peixes de captura selvagem, porém, continuam com preço normal”, acrescenta.

O camarão também alcançou bons preços e tem ganhado cada vez mais espaço na mesa do consumidor. De acordo com André, desde o final de 2020 a safra registrou boa produção por causa do clima, além do fato de que a pandemia impediu o funcionamento de alguns restaurantes facilitando o acesso do público ao produto.

A família de Ricardo e Katriane Scarabelot já trabalha com a piscicultura em Turvo há mais de 20 anos, intensificando a produção na última década, e todos os anos eles separam parte da produção para as vendas nesta época. No ano passado, por exemplo, foram comercializados 700 quilos de peixe na Semana Santa. “Nesta semana o povo procura mais”, diz Katriane.

As vendas costumam ser feitas na Feira da Agricultura Familiar de Turvo e na própria casa da família, onde também são produzidos banana e arroz. Porém, o carro-chefe da propriedade é o comércio dos peixes para um frigorífico. Na propriedade, a família mantém cinco açudes onde os animais são criados até serem retirados. De um deles, em dezembro de 2020, foram retirados mais de 7 mil quilos de tilápia. “Para nós, a pandemia não mudou nada. Na verdade, até a procura foi maior. Foi um ano bom, satisfatório”, disse.

Ela argumenta que esta é uma tendência geral entre os criadores, já que muitos colegas de produção relatam a mesma situação: o isolamento social levou as pessoas a consumirem mais peixes.

Com essa nova movimentação no mercado, os produtores aproveitam as boas vendas e torcem para que, quando a pandemia passar, o gosto pelo pescado continue em alta.