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Enfermeiras falam sobre situação da Covid-19 em Araranguá

A curva de contágio do coronavírus na região tem diminuído, mas isso não é motivo para se descuidar das medidas de segurança. Em Araranguá, por exemplo, município com mais casos confirmados da doença, os protocolos seguem a todo vapor no Centro de Triagem montado atrás da UPA. Atendendo das 7 horas da manhã até a meia-noite, a equipe do local já percebeu uma diminuição no número de pessoas atendidas. “No mês de setembro diminuiu os atendimentos. No mês de agosto atendíamos em média 150 pacientes, e agora são 50 a 60 pacientes por dia”, explica Maria Aparecida Idalencio Daniel, enfermeira coordenadora da Unidade de Pronto Atendimento de Araranguá. Ainda segundo ela, no centro estão disponíveis dois tipos de testes, mas o que define qual dos testes será usado é há quanto tempo o paciente está apresentando sintomas. O PCR – feito pelo nariz – é realizado quando o cidadão tem sintomas há menos tempo, de 3 a 4 dias. “Se o paciente está com mais de 8 dias de sintomas é feito o sorológico (de sangue). Temos disponíveis o teste rápido para profissionais da saúde e segurança ou pacientes com comorbidades. PCR e o de sangue para a população”, completa Maria. 
Diagnóstico positivo

Quando um dos exames aponta que o paciente tem Covid-19, o protocolo aponta que ele deve ser acompanhado. Os dados referentes ao caso são lançados em um sistema, por onde toda a situação é monitorada. A enfermeira da Central de Covid-19, Jadna da Rosa, explica que após a coleta das informações, a equipe liga e orienta, informando o paciente que o resultado é positivo e sobre como proceder. “Dá todas as coordenadas em relação aos cuidados que deve ter, cuidados domiciliares até o fim do isolamento, e mantém o acompanhamento. Contamos 10 dias, a partir dos inícios dos sintomas. Dependendo do paciente pode levar mais tempo, se os sintomas permanecerem o isolamento deve continuar. Só dá alta após não ter mais sintomas, nem tosse, nem febre nem falta de ar”, detalha.

Jadna ainda explica como funciona o controle para saber dos casos positivados e de número de mortos pelo Covid-19. “Se em Criciúma morre alguém que reside em Araranguá, o hospital de lá entra em contato com a Vigilância Epidemiológica, que contata a Regional de Araranguá, passando por e-mail todos os dados desse paciente. Até mesmo as enfermeiras de lá entram em contato com as profissionais daqui, e assim os profissionais responsáveis investigam e publicam nas redes sociais”, completa.
Parece complicado, mas a equipe garante que, como engrenagens, todos trabalham em conjunto no combate à doença.

Monitoramento contínuo

Desde o início da pandemia, o monitoramento de novos casos, recuperados e pacientes em tratamento tem sido contínuo. Este trabalho é desenvolvido pela enfermeira responsável Daiane Biff, que precisa ter na ponta da caneta os números da pandemia em Araranguá. Ela foi uma das primeira a perceber a diminuição no número de casos confirmados. “Pudemos ver um pico grande no início de agosto, e percebemos que diminuiu agora em setembro. Segue em uma diminuição gradativa, nada intenso. Na taxa de letalidade, percebemos uma diminuição, porém o numero não é bom, ainda precisamos manter os cuidados, mas mostrou uma melhora importante”, avalia ela, categórica.
A taxa de letalidade da região também diminuiu. Segundo Daiane, a taxa já mostrou índices de 4,8%, mas atualmente chegou a 1,9%.  
Apesar das boas notícias, a prevenção tem que continuar. Claudia Beatriz Bertoncini Zanette, enfermeira da Vigilância Epidemiológica, intensifica essa frase diariamente a todos que encontra, disseminando que a luta ainda não foi vencida. De acordo com ela, além do uso constante da máscara, lavar as mãos com água e sabão frequentemente, ou usar álcool gel 70% quando não puder lavar as mãos, e evitar festas e aglomerações, as pessoas precisam prestar atenção na forma correta de usar a máscara. “É importante lembrar que o uso correto da máscara é tapando o nariz, não ficar tocando nas máscaras nem colocando no pescoço. Isso acaba aumentando os riscos de contaminação”, aconselha.