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Dia C: Cooperativas comemoram crescimento de 14% em 2019

No próximo sábado (4) acontece o Dia Internacional do Cooperativismo. Sempre uma data importante no calendário de Santa Catarina, este ano as comemorações serão menores e via internet. 

Apesar da crise causada pela pandemia, as cooperativas catarinenses têm o que comemorar. Em 2019, a receita bruta cresceu 14% e atingiu R$ 40 bilhões. 

Segundo o presidente da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc), Luiz Vicente Suzin, o bom resultado fez com que as cooperativas distribuíssem R$ 1 bilhão para 2,7 milhões de catarinenses. 

Em entrevista, Suzin fala sobre a participação feminina no setor, as dificuldades em meio à pandemia e o futuro do cooperativismo. 

Rede Catarinense de Notícias – A pandemia deve atrapalhar as comemorações do dia C. Como deverá ser a celebração da data no Estado? 

Luiz Vicente Suzin – No Dia Internacional do Cooperativismo nós temos o dever de não deixar passar em branco. É uma pauta muito importante. Ainda estamos comemorando os resultados excelentes que tivemos em 2019. Esse ano virtual, porque não tem como fazer de outra forma. Então as cooperativas vão se organizar e vão fazer a nível de Estado. 

RCN – Desse crescimento de 2019, quais ramos se destacam? 

Suzin – Nós tivemos no ano de 2019 um faturamento bem superior ao ano de 2018. Crescemos 14%. Estamos na casa dos R$ 40 bilhões. Os ramos que mais se destacaram em Santa Catarina foram o setor agropecuário, de crédito, de saúde, transporte, consumo e infraestrutura. Esses são os principais ramos. Todos eles foram importantes porque todos cresceram. 

RCN – Já existe uma expectativa oficial para o resultado de 2020?

Suzin – A gente sabe que em 2020 iniciamos bem, mas com a pandemia realmente vão ser bem aquém daquilo que todos nós tínhamos planejado para o ano. 

RCN – O maior impacto da pandemia passou? O segundo semestre deve ser de recuperação? 

Suzin – Todos nós estamos esperando isso, que essa pandemia vá se acalmando e que a gente possa dar a retomada. O agronegócio não está tão afetado, nós continuamos trabalhando e isso é muito importante porque puxando o agronegócio puxa também os demais ramos. O nosso produtor colheu a safra, está se preparando para a próxima, de inverno. Quem sabe se essa pandemia depois do segundo semestre se acalmar a gente pode ter ainda algum resultado positivo no ano de 2020, mas bem aquém daquilo que nós tínhamos planejado. Todos os investimentos estão sendo feitos com mais cautela. Realmente, não está se investindo nesse momento. Isso para nós acarreta em prejuízo também. 

RCN – A Ocesc também tem o braço de formação, que é o Sescoop/SC. Houve prejuízo na realização de cursos e seminários? 

Suzin – Nós tínhamos uma programação do Sescoop, que cumpre e faz um bom trabalho em Santa Catarina. Temos um bom trabalho com a mulher cooperativista. Hoje, 40% dos nossos associados são mulheres. A gente atribui a esse trabalho com o Sescoop. E também jovens, capacitação de dirigentes, chegando isso até o nosso associado. A programação de 2020 foi prejudicada. Alguma coisa é possível fazer online, mas tudo não. Aquilo que é possível fazer, vamos fazer online. Depois, a programação segue em 2021.

RCN – Conhecendo Santa Catarina, que papel o cooperativismo pode desempenhar na recuperação econômica? 

Suzin – Em Santa Catarina nós temos um cooperativismo forte e bem organizado. O Estado é o mais cooperativista do Brasil, onde tem mais população associada a uma cooperativa. Nós não podemos perder esse status de estado mais cooperativista do Brasil. Como o cooperativismo é muito forte, desde o Extremo-Oeste ao Sul do Estado, então a gente tem uma chance bastante grande de dar andamento a todas as atividades que pertencem ao crescimento. Onde tem uma cooperativa forte, o município também é forte. O sucesso da economia, do agronegócio, se deve muito ao sistema cooperativista.