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CASO CIS AMESC: ENTREVISTA EXCLUSIVA COM RICARDO GHELLERE

Em primeira mão, conforme anunciado durante o dia, Ricardo Ghellere, atual presidente do Instituto Maria Schmidt (IMAS), falou à coluna sobre as denúncias. Como era muito amplo o relatório, demorou a se pronunciar.

 


COLUNA – O relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC) aponta supostas irregularidades na gestão de 2017, quando o senhor ainda era o secretário executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Extremo Sul Catarinense (CIS/AMESC). Fala em mais de R$ 5 milhões em prejuízos aos cofres dos municípios. O senhor causou este prejuízo?

GHELLERE – Não. Tudo tem nota e é devidamente comprovado. A confusão que o Tribunal está fazendo é que o CIS/AMESC é uma Associação de Direito Privado, não segue os mesmos critérios de empresas públicas. Mas tudo tem nota, está devidamente comprovado.

 


COLUNA – E sobre o depósito de R$ 300 mil em sua conta, em 2018, quando não estava mais no Cis Amesc? E sobre a antecipação de pagamentos em 2017? Mesmo sabendo que o senhor iria sair em seguida?

GHELLERE – Sobre o depósito de R$ 300 mil foi um erro do pessoal lá – eu me assustei quando vi, mas eles mesmo consertaram, foi estornado 2 ou 3 dias depois. Os débito de R$ 840 mil eu confirmo. É comum em empresas privadas darem adiantamentos. Eu não sabia de minha saída. Só decidi sair no final de 2017. O débito existe e vou pagar.

 

 


 

 

COLUNA – O presidente do consórcio, o Zica (PSD), sabia?

GHELLERE – Tinha ciência sim, porque nada pode ser feito sem sua anuência.

 


 

COLUNA – E sobre as Assessorias e Consultorias feitas por suas empresas?

GHELLERE – Era minha sócia quem fazia, na verdade era para ela, eu mesmo só emprestava a nota (trata-se da enfermeira Sandra, ex secretária de Saúde de São João do Sul).

 


 

COLUNA – Sobre as vantagens que o TCE alega serem indevidas?

GHELLERE – São legítimas, são permitidas e legais. Era para mim e o enfermeiro Eduardo, que exercia cargo de chefia na UPA.

 


 

COLUNA – E os 8 equipamentos que disseram ter sido comprados para o CIS Amesc e levados para a Policlínica Sul?

GHELLERE – Foi apenas um aparelho de ultrassom, que está lá, pertence ao Consórcio. Os prefeitos discutiam se teria uma sede própria do CIS, como não foi feita, decidiram que o equipamento ficaria na Policlínica, onde está. Assim como aparelhos de TV do CIS que estão emprestados à UPA.  

 


 

COLUNA – Sobre os impostos; gestão da UPA; e pagamentos de PSF?

GHELLERE – O parcelamento de impostos foi por dificuldades das prefeituras de pagar a conta, parcelamos para termos sempre Certidão de Débito em dia. A gestão da UPA e a questão dos PSF (hoje ESF) tem pré-julgados que entendem que é legal.