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Delegado comenta sobre onda de furtos no litoral

Crimes costumam ocorrer com mais frequência fora da época de veraneio, quando as cidades litorâneas ficam desertas e as casas, vazias

Uma casa de veraneio, usada por poucos meses durante o ano, onde há uma TV, um botijão de gás e quem sabe, roupas do proprietário. Sem muita segurança, poucos vizinhos, logo o local se torna um alvo fácil para os bandidos. Essa realidade tem acontecido com frequência em diferentes cidades do litoral sul catarinense, e causado revolta e medo entre os moradores. Balneário Gaivota é um desses cenários, onde diariamente são registrados crimes de furto.  

Segundo o delegado Luís Otávio Pohlmann, responsável pela Polícia Civil de Sombrio e que atua também na cidade vizinha, a Polícia Civil vem desenvolvendo, há anos, uma investigação criminal acerca dos furtos, mas é difícil coibir esse tipo de crime.

Em Balneário Gaivota, por ser uma cidade litorânea e os proprietários não residirem nas casas durante todo o ano, o furto se torna mais comum. Além disso, os autores desse crime, quando pegos, ficam presos por pouco tempo. “Mesmo assim, mantemos sempre o trabalho constante de investigação na intenção de identificar ou autores e na recuperação de eventuais produtos”, comenta. 

Para Pohlmann, evitar os furtos é algo complicado. Um dos fatores é a falta de pessoal para atuar antes e depois que o crime aconteceu. “Verificamos que a falta de efetivo, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, colabora para que estes crimes ocorram. Balneário Gaivota tem três policiais civis e uma guarnição da Polícia Militar, que atua na fase preventiva do crime com as rondas. Então, aquilo que pode ser feito, vem sendo feito”, explica.

Sobre os autores dos crimes, Pohlmann explica que geralmente são usuários de drogas, que vão comercializar os produtos para sustentar seu vício. Uma das formas de evitar que os furtos ocorram é combater o crime de receptação. “As pessoas desconfiem na hora de comprar produtos de desconhecidos, do valor do objeto, da origem”, diz.

A recuperação dos objetos furtados, infelizmente, é algo bastante difícil, já que tão logo haja o furto, os produtos são comercializados ou entregues a receptadores. “Durante o ano, conseguimos recuperar alguns objetos, mas nem todos conseguem ter seus objetos restituídos”, comenta o delegado. 

Sobre os produtos mais furtados, Pohlmann diz que é difícil precisar, já que os ladrões costumam levar o que está ao alcance dentro das residências. “O furto é um crime oportunista. Verificamos muitos furtos de televisores e botijões de gás, talvez pela fácil comercialização no mercado ilegal”, declara.

É difícil precisar quantos furtos já ocorreram este ano, visto que os boletins de ocorrência são registrados tanto pela PM, quanto pelas vítimas, o que dificulta um relatório. Apesar de reconhecer que os números são expressivos, o delegado defende que a quantidade de furtos não foge do que foi registrado em anos anteriores. “É uma fase do ano em que, infelizmente, acontecem muitos crimes de furto, de abril a novembro”, conclui.

Cuidados

Existem algumas atitudes que, quando tomadas, podem evitar que os furtos ocorram. Segundo o delegado, os veranistas que possuem casas nas cidades litorâneas devem avisar os vizinhos ou pedir que alguém verifique a casa de vez em quando, já que a cidade fica um tanto deserta nessa época do ano. Colocar alarmes na residência também pode afugentar os ladrões.