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De 182 denúncias, 100 são de violência contra a mulher

Após ser indiciado por lesão corporal e ameaça em março, William Possamai está viajando enquanto o processo corre em segredo de justiça.

A reportagem da Post TV tomou conhecimento, através de postagens na rede social Instagram, que o jovem acusado de agredir a namorada há três meses, está curtindo as férias na Europa. Mesmo após ser indiciado por lesão corporal e ameaça, ele estaria fora do país acompanhado de amigos e celebrando com cerveja e churrasco. Após passar por Paris, ele estaria em Londres desde a semana passada.

A agressão foi registrada no fim de março e ganhou as redes sociais da região da Amesc e do estado. Na época, o casal estava junto há pouco mais de um ano.
O rapaz, de 20 anos, foi indiciado por lesão corporal e ameaça, mas o processo corre em segredo de Justiça. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça na segunda semana de abril, pelo delegado Bruno Sinibaldi, titular da delegacia de Turvo, onde mora o agressor. A vítima, uma dentista de Araranguá de 25 anos, relatou que levou socos do namorado durante uma discussão enquanto voltavam de uma festa em Criciúma. Ele admitiu apenas que deu dois tapas nela, fato negado pelo exame de corpo de delito.

Segundo o delegado da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Araranguá, a DPCAMI, Henrique Gonçalves Muxfeldt, dos 182 inquéritos registrados até esta terça-feira na delegacia, mais de cem eram relacionados a violência contra a mulher. “É um número difícil de precisar, mas a grande maioria dos casos é de violência desse tipo. Dos nove que tivemos este fim de semana, apenas um não configura Maria da Penha”, explica.

Ainda de acordo com a autoridade, há muita confusão no meio popular sobre o que configura ou não um crime de Maria da Penha. Henrique diz que a violência contra a mulher acontece por diferentes motivos e de várias formas que precisam ser apurados imediatamente, quem foi o agressor, porque em alguns casos a violência se encaixa ou não da Maria da Penha. “O agressor deve ter algum grau de parentesco com a vítima, ou haver coabitação, além de relações de afeto sem coabitação, ou seja, namoro. Se o fato vier caracterizado isso, entendemos que a Maria da Penha pode ser aplicada em conjunto”, comenta.

No caso do agressor de Turvo, ele foi indiciado e o processo está para ser analisado pelo Ministério Público, que pode concordar ou não com o indiciamento e denunciar o rapaz. O juiz responsável pela vara, então julga o caso e define se ele será condenado e qual sua penalização.