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Delegado é denunciado pelo MP

Meleiro

Por: Natália Silveira

O Ministério Público (MP) da Comarca de Meleiro, denunciou na última segunda-feira, 11, o delegado civil atuante da Delegacia de Polícia de Meleiro, Leandro da Rocha Loretto, o advogado, Alessandro Damiani, a agente de Polícia Civil, Dhaiane Ignácio, e Elis Regina Américo, que teria colaborado com os fatos.

A denúncia trata de uma prisão em flagrante realizada no dia 16 de Novembro de 2018, por volta das 17h, no bairro Sapiranga, em Meleiro. O denunciado, Alessandro, teria abusado do exercício da função ao render e prender Joelso Rabelo em flagrante por tráfico de drogas. Armado, o advogado passou a exercer a função de policial civil, juntamente com Dhaiane e outros dois policiais militares que foram solicitados para auxiliar na ocorrência.

A prisão foi efetuada na residência de Joelso e Elis Regina. Conforme o processo, Alessandro não tinha autorização para o porte de uma arma calibre. 38. Os autos explicam que Dhaiane teria “deixado de praticar ato de ofício para satisfazer sentimentos pessoais, já que estaria em um relacionamento amoroso com o advogado”.

Da mesma forma, de acordo com a denúncia, o delegado Leandro Loretto, que estava de plantão na Central de Polícia de Araranguá, no dia 17, por volta das 00h, deixou de efetuar a prisão de Alessandro, ou instaurar procedimento de investigação criminal. Loretto não teria registrado, conforme os fatos narrados, a participação do advogado na prisão de Joelso.

Elis, companheira de Joelso, fez com que uma investigação administrativa fosse materializada no processo de investigação, ao “acusar Dhaiane de ter levado buchas de cocaína até a sua residência para incriminar Joelso por tráfico”. Elis ainda afirmou que “a prisão só ocorreu porque Dhaiane teria enxertado a droga na casa, porque além dessas, nenhuma outra foi encontrada”. Mas depois, através de mandado de busca e apreensão através do MP, com indicação do próprio preso Joelso, foram encontradas porções no interior da residência, dentro de um armário.

Elis também afirmou em depoimento, que “o advogado teria utilizado fuzil, para intimidar a ela e o companheiro, e que teria inclusive apontado a arma para a cabeça dele”. Mas em investigação, ficou evidenciado de que apesar de Alessandro ter realmente portado a arma, não a utilizou para ameaçar o casal, nem mesmo usou de gestos, palavras ou qualquer outro meio que culmina na prática de mal contra os moradores da residência, conforme relata a peça acusatória.

O MP, então faz a denúncia e requer que o juiz a receba (juízo de admissibilidade) para o processamento, e também requer que os denunciados, Elis Regina, Alessandro Damiani, Dhaiane Ignácio e Leandro Loretto, respondam a acusação no prazo de 10 dias, que compareçam à audiência de julgamento, no dia e hora determinados pelo Juízo e que sejam ouvidas as pessoas arroladas no processo, como testemunhas da defesa. E o interrogatório, conforme pedido do MP, deverá “condenar os denunciados de acordo com as normas penais”.